Imprensa chinesa compara visitas de Koizumi a homenagens a Hitler
Em artigo de opinião publicado pelo China Daily, o jornal governista afirma que as visitas de Koizumi ao santuário, em que estão os restos de 14 criminosos de guerra japoneses, são "como se o chanceler alemão visitasse o bunker onde Hitler se suicidou, para homenagear os líderes nazistas".
O artigo acrescenta que as visitas de Koizumi violam a Constituição japonesa, já que esta estabelece que as atividades estatais devem estar claramente separadas das religiosas.
De acordo com o jornal, estas visitas "enfurecem toda a Ásia, especialmente os vizinhos chineses e coreanos, que as vêem como se alguém jogasse sal em suas feridas".
"Koizumi persiste obstinadamente em seus esforços para satisfazer os setores da direita japonesa, que insistem em viver como avestruzes, com suas cabeças enterradas na areia e tentando fazer acreditar que o passado foi diferente do que realmente ocorreu", acrescenta o texto.
Na segunda-feira, a vice-primeiro ministra chinesa, Wu Yi, cancelou sua visita oficial ao Japão e sua reunião com Koizumi.
Embora a princípio o Ministério de Exteriores chinês tenha alegado que "razões de urgência" levaram ao cancelamento da visita, nesta terça-feira o porta-voz do ministério, Kong Quan, reconheceu que as recentes declarações de líderes japoneses a favor das visitas a Yasukuni foram a causa da volta de Wu à China.
Koizumi iniciou as visitas anuais ao santuário em 2001, ano em que assumiu o governo japonês, e a última delas aconteceu em primeiro de janeiro de 2004.
Segundo o primeiro-ministro japonês, tais visitas não representam uma homenagem aos criminosos de guerra, e sim aos 2,5 milhões de vítimas de guerras em que o Japão se envolveu nos séculos XIX e XX, a que está dedicado o santuário.
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