Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 24 de Maio de 2005 às 08:35
Por: Denise Chrispim Marin e João C

    Imprimir


Seul - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou sua participação no 60 Fórum Global sobre a Reinvenção do Governo para apresentar à platéia reunida em Seul sua estratégia para a inserção internacional do Brasil e a construção do que convencionou chamar de "uma nova geografia mundial" - fórmula que envolve, entre outros, as alianças com as economias subdesenvolvidas e a ambição do País por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O tema inicial de sua exposição, entretanto, era a necessidade da consolidação da Democracia. "A defesa dos nossos interesses nacionais será mais efetiva na medida que formos capazes de construir sólidas alianças regionais", afirmou Lula, em discurso lido, referindo-se aos processos de integração do Mercosul e da Comunidade Sul-Americana de Nações (CAN), suas quatro visitas a países da África e a iniciativa de aproximação com o mundo árabe e Ásia.

"Quando falo da nova geografia, não estou aludindo a uma abstração. Trata-se de oportunidades concretas que não haviam sido exploradas e que não são concorrentes com as excelentes relações que queremos manter e aprofundar com as Nações mais desenvolvidas", completou.

O presidente Lula dividiu o palco principal do evento com outras figuras do cenário internacional. Além do discurso de seu anfitrião, o presidente Roh Moo-hyun, da Coréia, Lula ouviu as exposições de seus colegas da Tailândia, Thaksin Shinawatra; do Tajiquistão, Emomali Rahmonov; dos vice-presidentes do Congo, Azarias Ruberwa Manywa; e do Irã, Hamid Reza Baradan-Shoraka; e do subsecretário-geral da ONU, José Antonio Ocampo. O presidente brasileiro entrou no prédio do Centro de Convenções e Exposições de Seul e o deixou, horas depois, sem dar uma palavra à imprensa. Criado em 1999, esse fórum tem a finalidade de estimular as discussões sobre a melhoria das práticas de governança e a adoção de políticas neste sentido, como o estímulo a transparências nos processos de decisão e de combate à corrupção.

No seu discurso, mencionou como exemplos de sua "nova geografia econômica" a criação do grupo de países em desenvolvimento que se articulou em torno das negociações agrícolas da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Também sustentou sua percepção de que os organismos financeiros internacionais devem "rever suas práticas arcaicas". Por fim, defendeu a construção de uma "nova relação de forças" no mundo, amparada na reforma do Conselho de Segurança da ONU e na sua iniciativa de lançar a Campanha Mundial de Combate à Fome e à Pobreza. A seu lado, Roh Moo-hyun já havia deixado claro, em novembro passado, em Brasília, que a Coréia prefere que o Conselho continue como está.

"Se é verdade que o mundo mudou nesses 60 anos, é razoável propor que se mudem as instituições que asseguram a governança mundial", raciocinou. "É o caso do Conselho de Segurança, cuja legitimidade e eficácia só será completa quando os países em desenvolvimento tiverem representantes, sobretudo entre seus membros permanentes", acrescentou. Para o presidente Lula, o aprofundamento de todas as dimensões da Democracia em cada país contribuirá com a consolidação de suas instituições no mundo. Da mesma forma, "a Democracia das relações internacionais é importante para a Democracia dos países".

Corrupção e desmatamento

Em seu discurso, Lula declarou que o Estado de Direito precisa ser fortalecido. Em seguida, arrematou que, para tanto, "a independência e a harmonia entre os Poderes e a imprensa livre são elementos essenciais".

O presidente fez questão de acentuar duas áximas. A primeira, que a corrupção exige combate articulado dos países afetados e a ampliação da participação da sociedade nas decisões do governo. A segunda, que o Brasil "enfrenta o desafio de pôr fim às práticas predatórias responsáveis pelos desastres ambientais do passado e que ainda afeta a todos". Em Seul"Meu governo tomou medidas e lançou projetos que terão o efeito de coibir essas ações criminosas e de estimular o manejo sustentável das florestas", concluiu.




Fonte: Agência Estado

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/338112/visualizar/