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Fórum da ONU pede exploração sustentável de recursos naturais
Representantes da América Latina que participam do Fórum da ONU para Assuntos Indígenas defenderam uma exploração sustentável dos recursos naturais que respeite seus direitos e culturas como maneira de erradicar a pobreza.
A quarta sessão do fórum, que inicia nesta segunda-feira sua segunda semana de debates, tem como fim avaliar se as comunidades autóctones estão mais perto de alcançar as Metas do Milênio estipulados há cinco anos, entre elas a de reduzir pela metade o número de pessoas que vivem em extrema pobreza.
No mundo vivem 370 milhões de indígenas, e sua situação piorou na última década, segundo a presidente do fórum, Victoria Tauli. Um estudo do Banco Mundial divulgado por ocasião dos debates mostra que a pobreza aumentou entre os indígenas de Bolívia, Equador, México, Nicarágua e Peru.
Segundo números apresentadas no fórum, 87% dos indígenas da Guatemala são pobres, em contraste com os 54% do resto da população do país, enquanto no México a taxa é de 80%, contra 18% dos não indígenas. Além disso, 79% da população indígena do Peru é pobre, contra 50% dos não indígenas, e na Bolívia a proporção é de 64% e 48%.
Tauli alertou sobre o que chamou de "agressão desenvolvimentista", na qual as pessoas se transformam em vítimas do desenvolvimento em lugar de ser beneficiários. Segundo ele, os projetos de extração de recursos e de construção em larga escala, ou a introdução de monoculturas comerciais intensivas, vão em detrimento das povoações indígenas.
Tais práticas ocasionam "a degradação dos ecossistemas, a perda de diversidade biológica e o deslocamento das comunidades indígenas em ambientes não sustentáveis", explicou.
Representantes de organizações latino-americanas que participam do Fórum das Nações Unidas para Assuntos Indígenas propõem aos governos a suspensão da prospecção e da exploração do petróleo e da madeira nas terras onde vivem indígenas.
Entre eles se inclui a representante da Associação das Mulheres Huaorani (Equador), Alicia Cahuyia, que, em declarações à EFE, denunciou as atividades de companhias petrolíferas, que, segundo ela, além de contaminar, violam seu direito a viver em harmonia com a natureza e lhes obriga a abandonar seus modos tradicionais de cultivo agrícola.
"Para nós, a floresta é sagrada. A única maneira de eliminar a pobreza é respeitar nossos direitos e os recursos de nossas terras", afirmou.
O equatoriano Franco Vitteri, da Associação de Povos Indígenas de Pastaza, disse, por sua vez, que as atividades das petrolíferas vão além da destruição ambiental e constituem uma violação dos direitos humanos e da Constituição de seu país.
"Estão destruindo nosso projeto de vida baseado no direito territorial e de livre determinação de decidir nosso futuro", disse Vitteri, para quem a culpa não é só das multinacionais, mas principalmente dos governos que ignoram as leis e assinam contratos com essas empresas.
Justa Cabrera, representante da Capitania Guarani de Santa Cruz (Bolívia), alertou sobre as divisões "às vezes irreparáveis" que a penetração de empresas petrolíferas e de gás estrangeiras estão provocando entre esses grupos de população.
"Limitam nossas áreas tradicionais de cultivo, que cada vez produzem menos, pela contaminação e a degradação da terra", disse Cabrera, segundo a qual para reduzir a pobreza é necessário que se respeitem seus territórios e seus recursos naturais.
A quarta sessão do fórum, que inicia nesta segunda-feira sua segunda semana de debates, tem como fim avaliar se as comunidades autóctones estão mais perto de alcançar as Metas do Milênio estipulados há cinco anos, entre elas a de reduzir pela metade o número de pessoas que vivem em extrema pobreza.
No mundo vivem 370 milhões de indígenas, e sua situação piorou na última década, segundo a presidente do fórum, Victoria Tauli. Um estudo do Banco Mundial divulgado por ocasião dos debates mostra que a pobreza aumentou entre os indígenas de Bolívia, Equador, México, Nicarágua e Peru.
Segundo números apresentadas no fórum, 87% dos indígenas da Guatemala são pobres, em contraste com os 54% do resto da população do país, enquanto no México a taxa é de 80%, contra 18% dos não indígenas. Além disso, 79% da população indígena do Peru é pobre, contra 50% dos não indígenas, e na Bolívia a proporção é de 64% e 48%.
Tauli alertou sobre o que chamou de "agressão desenvolvimentista", na qual as pessoas se transformam em vítimas do desenvolvimento em lugar de ser beneficiários. Segundo ele, os projetos de extração de recursos e de construção em larga escala, ou a introdução de monoculturas comerciais intensivas, vão em detrimento das povoações indígenas.
Tais práticas ocasionam "a degradação dos ecossistemas, a perda de diversidade biológica e o deslocamento das comunidades indígenas em ambientes não sustentáveis", explicou.
Representantes de organizações latino-americanas que participam do Fórum das Nações Unidas para Assuntos Indígenas propõem aos governos a suspensão da prospecção e da exploração do petróleo e da madeira nas terras onde vivem indígenas.
Entre eles se inclui a representante da Associação das Mulheres Huaorani (Equador), Alicia Cahuyia, que, em declarações à EFE, denunciou as atividades de companhias petrolíferas, que, segundo ela, além de contaminar, violam seu direito a viver em harmonia com a natureza e lhes obriga a abandonar seus modos tradicionais de cultivo agrícola.
"Para nós, a floresta é sagrada. A única maneira de eliminar a pobreza é respeitar nossos direitos e os recursos de nossas terras", afirmou.
O equatoriano Franco Vitteri, da Associação de Povos Indígenas de Pastaza, disse, por sua vez, que as atividades das petrolíferas vão além da destruição ambiental e constituem uma violação dos direitos humanos e da Constituição de seu país.
"Estão destruindo nosso projeto de vida baseado no direito territorial e de livre determinação de decidir nosso futuro", disse Vitteri, para quem a culpa não é só das multinacionais, mas principalmente dos governos que ignoram as leis e assinam contratos com essas empresas.
Justa Cabrera, representante da Capitania Guarani de Santa Cruz (Bolívia), alertou sobre as divisões "às vezes irreparáveis" que a penetração de empresas petrolíferas e de gás estrangeiras estão provocando entre esses grupos de população.
"Limitam nossas áreas tradicionais de cultivo, que cada vez produzem menos, pela contaminação e a degradação da terra", disse Cabrera, segundo a qual para reduzir a pobreza é necessário que se respeitem seus territórios e seus recursos naturais.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/338262/visualizar/
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