Oposição aceita proposta de antecipar eleições na Alemanha

Berlim, 22 mai (EFE).- A oposição democrata-cristã e liberal aceitou neste domingo a proposta do presidente do Partido Social-Democrata (SPD), Franz Müntefering, de convocar eleições legislativas antecipadas para o segundo semestre deste ano, após a derrota de seu partido nas regionais da Renânia do Norte-Westfália.

"Estamos armados para as eleições", disse o secretário-geral da União Democrata-Cristã (CDU), Volker Kauder, em reação à proposta do partido governante.

Müntefering explicou que na terça-feira a cúpula do SPD se reunirá para analisar a proposta e afirmou esperar receber apoio para lutar para que "Gerhard Schröder continue sendo o chanceler".

"Buscamos a decisão. É hora de esclarecer as coisas na Alemanha", disse Müntefering, ao anunciar a decisão surpreendente.

Caso a presidência do partido respalde a proposta, ela deverá ser levada ao Bundestag, que é o único órgão institucional que pode decidir sobre a convocação antecipada das eleições.

Até o momento, as eleições serão realizadas apenas no segundo semestre de 2006.

Em entrevista à rede de TV pública ZDF, Müntefering disse que a decisão foi tomada para conseguir um desbloqueio político no Bundesrat, a câmara alta de representação regional, e obter "uma nova margem de manobra".

Com isso, Müntefering fez referência ao bloqueio que há no Bundesrat a muitos projetos do governo, devido à rejeição da oposição, que tem a maioria nessa câmara.

Müntefering também deixou claro que o governo de Gerhard Schröder não mudará sua linha de reformas e que continuará apostando nos Verdes como aliados de um futuro governo.

A presidente do partido opositor CDU, Angela Merkel, não quis falar se seria a candidata dos conservadores e afirmou que isso deve ser discutido com seu partido irmão, a União Social-cristã bávara (CSU).

Merkel não escondeu, no entanto, que se sentia pessoalmente fortalecida pela vitória conseguida neste domingo por seu partido nas eleições da Renânia do Norte-Westfália, que conseguiu pôr fim ao último grande bastião social-democrata, onde o SPD governava há 39 anos.