Especialista defende entendimento para que país tenha desenvolvimento sustentável

Rio - Para alcançar o desenvolvimento sustentável, o Brasil precisa vencer o desafio do entendimento entre os setores público e privado para que os investimentos na área social gerem resultado efetivo. A afirmação foi feita pelo presidente executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Fernando Almeida.

Ele disse que sua declaração é baseada em um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), segundo o qual o Brasil investiu cerca de R$ 5 milhões na área social em 2002, mas não obteve avanços no Índice de Desenvolvimento Humano, que é checado a todo ano. Por isso, o grande desafio é "uma maior aproximação entre o governo e o setor privado, com resultados", explicou Almeida.

Para ele, o arcabouço está lançado: "há o conceito do mundo tripolar, ou seja, governo, sociedade civil e empresários formando a pirâmide de base triangular, com os lados econômico, social e ambiental agindo em conjunto. Essas são as bases desse tipo de desenvolvimento". O que falta agora é esse tipo de entendimento multilateral dentro do próprio país, para que se consigam resultados na área social, disse ele.

Na área ambiental, Almeida destacou a necessidade de conscientização da população e de práticas de gestão que tornem perenes os recursos naturais do país. Ele criticou algumas atividades desenvolvidas no país, como a criação de camarões em fazendas marinhas onde antes existiam manguezais. "Isso é completamente impensável. Esse tipo de prática não pode continuar acontecendo", afirmou.

Fernando Almeida comentou também a questão da soja sustentável: "A soja joga um papel importantíssimo na agricultura brasileira, mas, da forma como está sendo desenvolvida, não é sustentável. Ou seja, ela não será perene. Está avançando por ecossistemas em que antes nem se imaginava ser possível implantar algum tipo de cultura". Como a soja é fundamental para o equilíbrio da balança comercial, ressaltou o especialista, a questão terá de ser repensada.