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Internacional
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 07:51

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O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, pediu punição a todos os soldados americanos que forem considerados culpados por supostos maus-tratos cometidos contra prisioneiros afegãos mantidos pelos Estados Unidos na base de Bagram, no país. Karzai afirmou que é necessário tomar uma atitude clara para eliminar essas pessoas do Exército americano. Ele disse ainda que repetiria a declaração durante visita aos Estados Unidos, para onde embarca neste sábado.

Na sexta-feira, o jornal americano The New York Times publicou uma reportagem que descreve com detalhes o que diz serem "maus-tratos sofridos por detentos, que teriam sido praticados por soldados jovens e mal treinados".

O Departamento de Estado americano afirmou que as acusações estão sendo investigadas e que sete pessoas já estão sendo indiciadas.

Mortes

A mesma reportagem cita um relatório confidencial do Exército americano que dá conta de que dois prisioneiros afegãos teriam sido mortos em Bagram em dezembro de 2002.

Ainda segundo o New York Times, o documento afirma que os maus-tratos de prisioneiros na base não se resumiram a esses casos que resultaram em mortes.

Há denúncias de que guardas podiam agredir presos que haviam sido acorrentados com impunidade praticamente total.

Alguns prisioneiros teriam sido algemados e presos ao teto e às portas de suas celas.

Uma agente responsável por interrogatórios teria pisado no pescoço de um detento e chutado outro nos órgãos genitais.

Visita ofuscada

Correspondentes da BBC no Afeganistão e nos Estados Unidos dizem que a visita de quatro dias de Karzai também deve ser ofuscada pelos violentos protestos anti-americanos em países islâmicos, que se seguiram à publicação de uma reportagem na revista Newsweek sobre supostos incidentes de desrespeito ao Alcorão na base de Guantánamo, em Cuba.

Karzai, um aliado dos Estados Unidos que chegou ao poder depois da queda do regime Talibã, em 2001, falou recentemente em "erros dos militares americanos".

No último ano, foram denunciados vários casos de maus-tratos a detentos em prisões militares americanas no Afeganistão, no Iraque e na base de Guantánamo, em Cuba.

A organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch afirma que as alegações abuso contra afegãos não serão adequadamente investigadas ou julgadas até que se forme uma comissão independente para lidar com o assunto.

Um porta-voz da entidade disse que o Exército americano e a CIA já mostraram que não podem "se policiar".





Fonte: BBC Brasil

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