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Nacional
Sexta - 20 de Maio de 2005 às 21:04
Por: Leonencio Nossa

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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, no Palácio do Planalto, que não teme a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. "Olha para a minha cara para ver se estou preocupado com isso", afirmou Lula, abrindo um sorriso, a uma pergunta sobre a decisão do Congresso de investigar denúncia envolvendo aliados do PTB e suspeita de irregularidades na empresa estatal.

Ele comentou o assunto após descer a escada do terceiro para o segundo andar do palácio, onde participou de uma solenidade de criação de reservas extrativistas. Ao dar a resposta, Lula demonstrava bom humor, mas também um semblante de cansaço. Nos últimos dias, o presidente trabalhou e conversou muito para resolver problemas na base aliada no Congresso.

Ontem, ele participou de um jantar na Granja do Torto com representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Na noite anterior, de quarta-feira para quinta-feira, Lula jantou com quatro governadores para pedir apoio contra as ações do baixo clero e da oposição, que querem investigar a denúncia nos Correios.

O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, reforçou que o governo e Lula não estão preocupados com a CPI. "O presidente nunca deu qualquer tipo de demonstração de estar preocupado com coisas dessa natureza, de forma alguma", disse. "O presidente é exemplo de homem de bem e de homem público com autoridade moral, portanto está absolutamente tranqüilo."

A uma pergunta sobre o adiamento da reforma tributária para o segundo semestre por causa da CPI, Alencar respondeu não ver relação entre a reforma e as investigações. "Uma comissão não adia uma reforma tributária, não há nada a ver uma coisa com a outra", afirmou.

O vice ressaltou que a retirada de assinaturas de parlamentares da base aliada do requerimento da CPI depende do "foro íntimo" de cada um deles. "Quando era senador, eu assinava os pedidos de investigação, porque era a favor de investigação sobre qualquer denúncia que pudesse representar indício de crime", disse. "Então, não me custa nada."

O vice ponderou, no entanto, que nunca fez pré-julgamentos. "A priori, todo cidadão é honesto. A investigação é até boa para o investigado, que terá grande oportunidade de provar a inocência", argumentou.

Já o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, evitou comentar a instalação da CPI e as articulações do governo para acabar com os problemas na base. "Não falo sobre isso, quem fala é o Aldo (Rebelo, ministro da Coordenação Política)", afirmou. "Estou preocupado é com a Casa Civil."





Fonte: Agência Estado

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