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Internacional
Sexta - 20 de Maio de 2005 às 20:44

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O grupo dos advogados de defesa do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein vai apresentar uma queixa contra o jornal britânico The Sun pela publicação hoje das polêmicas fotografias de Saddam (numa das fotos ele está de cuecas).

Jornal publica foto de Saddam Hussein de cueca Ao denunciar essas fotos como uma "violação dos direitos humanos e da Convenção de Genebra", o presidente do grupo, o advogado Ziad Jassawneh, declarou que iria "tomar todas as medidas legais necessárias para castigar os autores desses atos". Essas fotos seriam indignas para qualquer preso e ainda mais para o presidente Saddam".

"A análise das fotos mostra que elas foram tiradas na cela da prisão" onde está o ex-presidente, acrescentou Jassawneh, para quem esse episódio "se soma a uma série de violações de direitos do povo iraquiano cometida pela administração americana".

Poucas horas depois da publicação do The Sun, o comando militar americano anunciou que abriu uma investigação para descobrir quem liberou as imagens, descritas como difamantes pelos advogados do ditador.

O jornal britânico afirma que fontes do próprio exército americano tiraram as fotografias em uma suposta operação psicológica destinada a desmoralizar a insurgência.

"As forças multinacionais no Iraque estão decepcionadas pela possibilidade de que algum responsável pela segurança de Saddam Hussein tenha podido tirar e divulgar essas fotografias. A investigação já foi iniciada", afirma em um curto comunicado.

Horas antes, dois soldados americanos morriam durante operações de insurgentes na província de Al-Anbar, coração da insurgência no Iraque.

Com essas mortes, subia para cinco o número de soldados dos EUA mortos em território iraquiano nas últimas 24 horas.

Além disso, pelo menos cinco iraquianos morreram hoje em Bagdá em conseqüência de dois atentados com carros-bomba realizados contra alvos xiitas.

Pouco antes, de madrugada, um veículo carregado de explosivos explodiu em frente à mesquita de Mahdi, no subúrbio de Sidia, em Bagdá, matando dois funcionários.

Pouco depois do meio dia, três soldados iraquianos morreram e cinco ficaram feridos, também em Bagdá, pela explosão de um carro-bomba no bairro de Kadamiya, que tem uma das mesquitas mais veneradas pelos xiitas de todo o mundo.

Na prisão de Abu Ghraib, cinco detidos ficaram feridos, três deles graves, por um míssil do tipo Katyusha, informou o comando militar dos EUA, que especificou que não houve baixas entre os soldados americanos.

Os ataques contra alvos xiitas coincidiram com um inédito dia de protestos da comunidade sunita, que pela primeira vez na história do país ordenou fechar as mesquitas durante três dias para denunciar os supostos assassinatos e torturas de clérigos sunitas pela Polícia.

A polêmica decisão atiça o conflito entre a maioria xiita e a minoria sunita e pode lançar o país no abismo de uma guerra civil.

"Manteremos a mesquita fechada durante três dias para mostrar nosso descontentamento com as práticas dos organismos de Segurança.

A grande tragédia é que estas atrocidades são praticadas pelo Ministério do Interior", disse Hamid al-Zahabiya, orador da mesquita de Shuhada, localizada no bairro de al-Jadra, no oeste de Bagdá.

Nesta sexta-feira o jovem clérigo radical Moqtada al Sadr, líder, em agosto do ano passado, de uma sangrenta insurreição contra os EUA no sul do Iraque voltou à cena.

Al Sadr levou milhares de partidários às ruas para exigir a retirada militar dos EUA e protestar contra o desrepeito ao Corão na prisão de Guantánamo, em Cuba.

As manifestações foram pacíficas na maioria das cidades, à exceção de Nassiriya, onde oito pessoas, entre elas quatro policiais, ficaram feridas em enfrentamentos entre as forças de Segurança e milicianos xiitas.





Fonte: Terra

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