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Internacional
Sexta - 20 de Maio de 2005 às 20:10

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Os ministros de Assuntos Exteriores de Espanha e Portugal, Miguel Ángel Moratinos e Diogo Freitas do Amaral, confirmaram nesta sexta-feira que a próxima Cúpula Ibérica será realizada em dezembro na cidade de Évora, em Portugal. Freitas explicou que a escolha de Évora se deve ao simbolismo por sua condição de Patrimônio da Humanidade e também porque está em uma região muito afetada pela seca, "que é um problema muito grave nos dois países".

Além disso, os chanceleres disseram que existe "um amplo consenso" para nomear o uruguaio Enrique Iglesias como primeiro secretário-geral das Cúpulas Ibero-americanas na reunião que será realizada com os chanceleres da América Latina na cidade de Guimarães (norte de Portugal), no próximo dia 28.

Moratinos anunciou que Espanha apoiará a partir de amanhã, em Luxemburgo, as pretensões portuguesas na negociação das Perspectivas Financeiras comunitárias para o período 2007-2013.

Os dois chanceleres destacaram a "dificuldade e a complexidade" dos assuntos que serão tratados no "Conclave de Luxemburgo" e disseram confiar em que acordos satisfatórios sejam alcançados.

Freitas do Amaral destacou o apoio da Espanha a Portugal em questões nas quais as prioridades dos dois países não são as mesmas, e anunciou que ambos lutarão pelos "princípios de solidariedade e coesão".

"Somos muito sensíveis às necessidades portuguesas, e eles também são às nossas", disse Moratinos, que lembrou que estão em jogo questões como os fundos de coesão e os assuntos das regiões ultraperiféricas: as Ilhas Canárias, da Espanha, e o arquipélago de Açores e a Ilha da Madeira, ambos de Portugal.

O ministro português opinou que o diálogo com seu colega espanhol, que durou duas horas no palácio das Necessidades de Lisboa, foi "muito honesto, com muito conteúdo e abriu muitas portas".

Com relação à reunião de chanceleres ibero-americanos em Guimarães, Moratinos e Freitas do Amaral destacaram sua importância e o espanhol avaliou que o encontro será um divisor de águas, em função da designação do secretário-geral das Cúpulas, do adjunto e do secretário de cooperação.

Embora tenha comentado que é preciso esperar a conclusão da reunião de Guimarães, Moratinos reconheceu que "há um sentimento generalizado em favor do uruguaio Enrique Iglesias", como primeiro secretário-geral da Cúpula Ibero-Americana.

Além disso, Moratinos anunciou que Portugal e Espanha "desejam incentivar o diálogo entre a União Européia e o Mercosul".

Segundo Moratinos, "Guimarães é uma importante reunião preparatória da Cúpula de Salamanca", que será realizada em outubro, e se diz confiante em que o encontro de chanceleres "seja um grande sucesso" e que "seja dado um salto qualitativo extraordinário com a eleição do secretário-geral".

Para o ministro espanhol, a Cúpula lançará iniciativas que "permitirão criar um espaço ibero-americano onde os cidadãos se sintam protagonistas não só no plano político, mas também no cultural e de desenvolvimento".

Os dois ministros também se mostraram muito prudentes ao comentar as alternativas do plebiscito francês sobre a Constituição européia, no próximo dia 29, e adiaram qualquer julgamento para depois dessa data.

Freitas do Amaral comentou que espera a vitória do sim, que, segundo ele é importante não só para França, mas também para todo o mundo.

Moratinos comentou que Portugal e Espanha "são dois países amigos, com excelentes relações" o que faz com que as reuniões sejam "muito frutíferas".

Por isso, ele e Freitas do Amaral terão ainda duas novas reuniões até o final deste ano, uma para preparar a Cúpula Ibérica de Évora e a segunda, acompanhados dos ministros de Educação, Ciência e Pesquisa "para iniciar a Europa do futuro e a Agenda de Lisboa".





Fonte: EFE

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