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Saúde
Sexta - 20 de Maio de 2005 às 13:56

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Cientistas britânicos afirmam ter clonado o primeiro embrião humano do país. Uma equipe de pequisadores da Universidade de Newcastle usou óvulos de 11 mulheres, removeu o material genético e o substituiu com o DNA de células-tronco embriônicas.

Três dos clones resultantes viveram e cresceram no laboratório por três dias e um chegou a sobreviver por cinco dias.

O objetivo desse tipo de pesquisa – que suscita polêmicas no mundo inteiro – é produzir embriões clonados a partir dos quais células-tronco podem ser usados para tratar doenças.

Células-tronco podem se transformar em qualquer tecido do corpo e, em teoria, poderiam substituir células comprometidas por condições como o mal de Parkinson ou pelo diabetes, por exemplo.

Células-tronco individualizadas

A pesquisa britânica, publicada no site Reproductive and BioMedicine Online, é divulgada no mesmo dia em que cientistas da Coréia do Sul anunciaram ter criado as primeiras células-tronco embriônicas humanas que podem ser desenvolvidas de acordo com as necessidades individuais dos pacientes.

A equipe sul-coreana retirou material genético das células da pele de alguns voluntários e as inserirou em óvulos de doadores que não tinham nenhuma relação com eles.

Desta forma, os pesquisadores dizem ter criado células-tronco que podem ser cultivadas de modo a se tornar qualquer tipo de tecido celular do corpo humano.

Eles afirmam que este pode ser um primeiro passo para tornar realidade a criação de tecidos em laboratório para uso em transplantes.

Clonagem terapêutica

A clonagem terapêutica, vista como a resposta para o tratamento de diversas doenças e deficiências, é permitida na Grã-Bretanha.

Já a técnica para fins reprodutivos – ou seja, a clonagem de embriões humanos com o objetivo de gerar um bebê – foi proibida em 2001.

Uma votação recente na ONU decidiu pela proibição de todos os tipos de clonagem humana, mas a decisão não tem validade legal, o que significa que a Grã-Bretanha pode continuar com as suas pesquisas sobre a clonagem terapêutica. Ainda assim, o uso de células-tronco embriônicas é considerado imoral por alguns e perigoso por outros. Grupos religiosos, especialmente, argumentam que embriões, mesmo criados em laboratórios, têm o potencial de se tornar uma vida humana e deveriam ser tratados como tal. Há também quem aponte para os riscos de uma técnica ainda pouco conhecida.

Os defensores da clonagem, por sua vez, destacam não só o potencial médico da clonagem, como a possibilidade de salvar espécies em risco de extinção.

Embora comemorada pelos cientistas de Newscastle, a pesquisa foi muito criticada pela organização ProLife Alliance (Aliança Pró-Vida). Uma representante da organização, Julia Millington, disse considerar a clonagem para fins de pesqusia "profundamente antiética".

Uma das cientistas envolvidas no estudo da Universidade de Newscastle, Alison Murdoch, no entanto, alertou que ainda falta muita pesquisa para a técnica possa ser empregada como se pretende.

"Nós estamos falando de vários anos antes que falemos de uma terapia baseda em células que podem ser usadas num paciente."





Fonte: BBC Brasil

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