Luiza Dias é de BH e se formou em colégio militar
(Foto: Arquivo pessoal)
De olho em uma vaga em uma universidade norte-americana, estudantes de todo o Brasil entram na reta final do application, o processo seletivo norte-americano, que precisa ser encaminhado no prazo máximo de 31 de dezembro. Esta semana, a Universidade de Harvard anunciou a admissão de dois brasileiros: Gabriel Guimarães, de 19 anos, de Vitória (ES), e Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, de 17 anos, de Lins (SP). Eles aplicaram na modalidade ‘early action’, onde o prazo de envio da documentação é antecipado, bem como os resultados. Porém, o maior número de candidatos costuma disputar as vagas pelo ‘regular action’, quando os resultados saem entre março e abril de 2013.
O application é composto por vários itens, além de provas de inglês e conhecimento específico. Também fazem parte do processo seletivo cartas de recomendação, análise de atividades extracurriculares, do histórico escolar, redações, além de entrevista que pode ocorrer pessoalmente ou via internet com um representante da instituição. O processo todo costuma durar um ano.
O G1 ouviu estudantes de diferentes partes do Brasil que enfrentam o application para entrar na disputa, cada vez mais acirrada, por uma cadeira nas universidades mais respeitadas do planeta. Em instituições como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o número de vagas para estrangeiros - de todo o mundo - é restrito a 10%. Por conta da grande concorrência, a dica dos especialistas é para que os candidatos apliquem para no mínimo dez universidades e optem por alguns nomes fora da Ivy League (composta pelas instituições de mais prestígio), para aumentar as chances de aprovação.
Luiza Maria Dias, de 17 anos, moradora de Belo Horizonte (MG) sonha em estudar nos Estados Unidos desde criança. “Além da experiência cultural de viver fora por quatro anos, penso que vai contar muito no meu currículo”, afirma a jovem que concluiu o ensino médio no colégio militar de Belo Horizonte.
A jovem fez as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para disputar vaga em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mas se for admitida em alguma instituição americana, ainda vai decidir qual curso estudar, já que estas universidades permitem essa possibilidade, mas Luiza aposta que será algo na área de genética ou biologia.
“Tenho mais vontade de ir para fora do país, mas está tudo na mão de Deus. Com o Enem, sabendo minha nota tenho uma previsão, no application não há como saber porque não é só as notas que contam”, diz. Luiza vai aplicar para seis ou sete universidades, entre elas, Columbia.
Aline Souza de SP quer estudar relações
internacionais e economia (Foto: Arquivo pessoal)
‘O sistema brasileiro te limita a um curso’
Aline de Souza Machado, de 17 anos, mora em São Paulo e conclui o ensino médio neste ano no colégio Etapa. A estudante prestou história na Fuvest, mas diz que seu foco é estudar nos Estados Unidos. Ela aplica para 12 universidades, entre elas Harvard, Columbia, Yale e Brown.
“Não gosto de fazer especulações, mas sempre dei o meu melhor e isso tem retorno, por isso acho que minhas chances são boas”, afirma. Para a jovem, uma das vantagens do sistema americano é a possibilidade de estudar disciplinas de cursos diferentes de uma só vez. “O sistema brasileiro te limita a um curso, nos EUA não, e isso combina com meu perfil de muitos gostos.”
Aline pretende estudar relações internacionais e economia. Depois de formada quer voltar para o Brasil e tentar a carreira diplomática. “Gosto de entender a maneira como o mundo funciona, das relações humanas até as internacionais.”
Outra paixão é escrever. A jovem publicou um romance chamado ‘Meia-noite’ há dois anos, e planeja uma nova obra no ano que vem, um livro de contos para adultos.
Gabriela Tom é de SP e estudou na rede pública de
ensino (Foto: Arquivo pessoal)
Patrocínio da empresa para estudar
Gabriela Cristina Benevides Tom, de 19 anos, concluiu o ensino médio em 2010 na rede estadual de ensino. Na ocasião, fez o Enem mas não teve bom desempenho. No ano passado, fez cursinho e foi aprovada em alguns vestibulares, como a da Unifesp, mas não se matriculou.
“Não consegui entrar em relações internacionais e optei por tentar mais uma vez. Quero estudar relações internacionais com foco em América Latina, pretendo trabalhar no Brasil porque meu país está precisando de pessoas qualificadas”, afirma. Ela tenta vagas em oito universidades americanas, além da Fuvest e PUC-SP.
Gabriela mora com os avós e tem seis irmãos. Se for admitida em alguma instituição americana, vai precisar de bolsa de estudos para poder cursar. Caso não seja de 100%, já tem um saída: a empresa em que trabalha, a Agência África vai cobrir o restante das despesas.
Davi Chaves é de Fortaleza e quer estudar química
(Foto: Arquivo pessoal)
‘Professores já ganharam prêmio Nobel’
Davi Rodrigues Chaves, de 17 anos, morador de Fortaleza (CE) é craque em química. Neste ano ganhou duas medalhas em olimpíadas, uma de prata na Turquia, e outra de ouro em Teresina (PI) e quer seguir carreira na área. Também pretende estudar ciência da computação, como segundo curso.
O estudante prestou vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e paralelamente aplica para as universidades americanas, entre elas MIT e Princeton. “Minha primeira opção é estudar nos Estados Unidos porque eu conseguiria adquirir bons conhecimentos. Quero trabalhar com pesquisa e vou poder trabalhar com professores que já ganharam prêmio Nobel. Lá, a área da pesquisa está mais avançada.
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