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Internacional
Sexta - 20 de Maio de 2005 às 07:42

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Prisioneiros denunciaram ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) que houve vários casos de profanação do Alcorão na base americana de Guantánamo, em Cuba, revelou hoje o Comitê em Genebra.

A questão já foi repassada às autoridades americanas, disse Vincent Lusser, porta-voz do CICR. Os casos de profanação "nos foram informados pelos prisioneiros", acrescentou.

As autoridades americanas se comprometeram a adotar "medidas corretivas", afirmou. "A questão do respeito à religião dos prisioneiros é sensível e baseada no direito humanitário internacional. Um prisioneiro tem o direito de praticar sua religião e deve poder contar com o respeito de sua fé", acrescentou o porta-voz.

Em artigo na edição de 9 de maio, a revista americana Newsweek publicou uma informação, sem fonte identificada, em que afirmava que soldados americanos em Guantánamo haviam colocado exemplares do Alcorão nos banheiros da base para irritar os prisioneiros muçulmanos.

Pressionada pelo governo americano, a Newsweek se retratou uma semana depois de seu artigo provocar inúmeras manifestações no mundo muçulmano, sobretudo no Afeganistão.

Cruz Vermelha denunciou profanação do Alcorão em 2002 O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse ao Pentágono já no começo de 2002 que prisioneiros da base militar norte-americana da baía de Guantánamo haviam denunciado casos de profanação do Alcorão, afirmaram autoridades do país e da entidade na quinta-feira.

O CICR informou ao Pentágono "várias" vezes em 2002 e no começo de 2003 que prisioneiros mantidos na base de Cuba haviam acusado militares norte-americanos de "desrespeitar" o Alcorão, disse Simon Schorno, porta-voz da entidade.

"O governo norte-americano adotou medidas corretivas e essas alegações não apareceram mais", afirmou Schorno.

O porta-voz do CICR não quis dizer se entre as denúncias havia algum relato sobre um exemplar do Alcorão sendo jogado na privada ou se os militares dos EUA haviam desrespeitado o livro sagrado durante interrogatórios.

Membros da organização humanitária, que tem autorização para visitar prisões do mundo todo, não testemunharam nenhum caso do tipo.




Fonte: Terra

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