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Internacional
Sexta - 20 de Maio de 2005 às 07:35

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O ex-ditador chileno Augusto Pinochet deixou o Hospital Militar de Santiago quatro horas depois de dar entrada hoje devido a uma "crise isquêmica transitória", disseram as autoridades do centro médico.

Horas antes, um boletim médico divulgado pelo hospital dizia que o estado de saúde de Pinochet havia "evoluído favoravelmente". "Ele será transferido para casa ao fim de seus exames", completava o boletim. A mulher de Pinochet, Lucía Hiriart, já havia deixou o hospital antes do ex-ditador.

O general reformado, 89 anos, foi internado no Hospital Militar pouco após das 13h (14h de Brasília) e saiu às 17h01 (18h01 de Brasília) protegido por agentes da polícia e por seus guarda-costas.

Segundo pessoas próximas a ele, Pinochet apresentou alguns "sintomas preocupantes" em sua casa de praia de Los Boldos, a 130 quilômetros de Santiago. O ex-presidente deverá permanecer nos próximos dias em sua casa da capital.

Augusto Pinochet foi submetido a exames por causa de uma "crise isquêmica transitória", disseram posteriormente as autoridades do hospital, que lhe deram alta ao fim dos exames.

A isquemia, um problema freqüente entre os idosos, é uma diminuição do fluxo de sangue numa determinada região do coração, do cérebro ou de outros órgãos, segundo os médicos.

Pinochet nunca foi condenado

Augusto Pinochet é acusado de centenas de abusos contra os direitos humanos, incluindo assassinato, tortura e seqüestro, durante seu regime (1973-1990).

Cerca de 3 mil pessoas morreram durante a repressão desencadeada pelo regime Pinochet e outras dezenas de milhares foram torturadas ou levadas ao exílio.

A Suprema Corte do Chile reverteu por duas vezes decisões de tribunais inferiores afirmando que Pinochet deveria perder sua imunidade para ser julgado pelos crimes.

Em um caso que chegou mais longe, os advogados de defesa do ex-ditador alegaram a suposta demência leve para afirmar que ele não teria capacidade de se defender. Doenças coincidem com datas de processos

Em várias oportunidades, as emergências médicas de Pinochet coincidiram com datas importantes dos processos dele no Judiciário.

"O senso comum nos deixa inferir que esse criminoso fica doente quando está perto de ser julgado ou de perder sua imunidade. Peço que os juízes não o deixem continuar fazendo isso", disse Hugo Gutierrez, um conhecido defensor dos direitos humanos do país.

Na quarta-feira, a Corte de Apelações de Santiago ouviu argumentos sobre se a imunidade de Pinochet deveria ser suspensa a fim de que o ex-ditador fosse julgado por corrupção, desvio de verbas públicas e fraude fiscal.

O caso está ligado aos US$ 17 milhões mantidos por Pinochet em contas bancárias secretas. A corte deve decidir sobre o caso na próxima semana. A defesa do ex-ditador deve apelar para a Suprema Corte.




Fonte: Terra

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