Conflito deixa policiais e sem-terra feridos na PB
No último domingo, cinco sem-terra foram presos na Fazenda Olho Dágua, acusados de furtar maniva (caule da mandioca). Cerca de 100 integrantes foram para a frente do Fórum da cidade de Mari reivindicando a liberação dos cinco integrantes, mas não foram atendidos. Os sem-terra partiram para a rodovia PB-073 e interditaram, na última terça-feira, as duas vias ateando fogo em madeira como forma de pressionar a liberação.
O coronel Itamar Gomes de Carvalho, comandante do 4º BPM de Guarabira, disse que houve diversas tentativas de negociação para que a estrada fosse desobstruída "de forma pacífica", mas as negociações não progrediram. "Eles não aceitaram as opções de desocupação apresentadas, que era a possível transferência do Presídio Regional de Guarbira para o de Sapé e então radicalizaram".
O coronel afirmou que o reforço da Tropa de Choque do 4º Comando da Polícia Militar de Guarabira e do Corpo de Bombeiros foi chamado para o local para iniciar a operação de desobstrução depois de ter cessado o diálogo. "Antes da operação pedi para que os policiais somente utilizassem armas de fogo na última ocasião, é tanto que não demos um tiro".
Cerca de 50 policiais participaram da operação, que foi iniciada às 19 horas. O coronel revelou que a estrada já tinha cinco quilômetros de congestionamento nas duas vias. Segundo o coronel, quando o Corpo de Bombeiros começou a apagar o fogo, boa parte dos sem-terra que estava escondida na mata surpreendeu os policiais atirando inúmeras pedras, além de armados com foice e facões.
"Foi o momento mais tenso do confronto, pois os policiais poderiam perder a cabeça e atirarem, mas felizmente isso não aconteceu".
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