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Carros & Motos
Sexta - 14 de Dezembro de 2012 às 22:17
Por: Rafael Miotto

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Considerada pela Triumph o principal produto para o mercado brasileiro no retorno da marca britânica ao país, a Tiger 800XC chega para ser a principal concorrente da BMW F 800 GS. A moto com características aventureiras é montada na fábrica da empresa em Manaus e custa R$ 39.900, com freios ABS de série. O G1 pode rodar com a Tiger em circuito fechado, em Indaiatuba, no interior de São Paulo.
 

Apesar de ainda ser pouco conhecida no Brasil, a marca inglesa está entre as principais fabricantes mundiais de motocicletas. Em 2012, a Triumph completou 110 anos de história e vai fechar o ano com cerca de 50 mil unidades ao redor do mundo. Além de Inglaterra e Tailândia, Manaus é o 3º local do mundo a contar com linha de montagem da Triumph. A diferença é que na Ásia e Europa existem processos mais complicados de produção, como usinagem de chassi e motor.

No Brasil, a Triumph iniciou a produção de motos via CKD (complete knock down), em setembro, sistema no qual as motos chegam totalmente desmontadas. Além da Tiger 800 XC, a naked Speed Triple e a clássica Bonneville T 100 já são montadas no país. Para o próximo ano, a empresa confirmou que as novas gerações da esportiva Daytona 675 e da naked Street Triple também sairão das linhas manauaras.

Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)

 

A Tiger “made in Manaus” tem, além da BMW, moto com a qual possui características mais similares, rivais como Honda XL 700V Transalp e Suzuki DL 650 V-Strom. Todas se encaixam na categoria de trail de alta cilindrada ou maxtrail, que são motos com aptidões mistas off/on-road e destinadas a longas viagens. Enquanto Transalp e V-Strom prezam por maior conforto, F 800 GS e Tiger 800 possuem pegada mais aventureira, mas também mantendo alto nível de comodidade.

Com exceção da Triumph, que possui motor de três cilindros, as outras são as mais tradicionais bicilíndricas. Ainda corre por fora nesta disputa a Kawasaki Versys, porém, o modelo japonês não está tão adaptado para a terra como suas concorrentes, além de custar consideravelmente mais barato, a partir de R$ 27.990.Concorrentes Triumph Tiger 800XC (Foto: G1)1,2,3... já!


Uma das marcas registradas da Triumph são os motores de três cilindros que impulsionam suas motocicletas. Dentro de sua linha vendida no Brasil, apenas a clássica Bonneville e a custom Thunderbird não possuem esta configuração de propulsor – elas estão equipadas com conjuntos de dois cilindros. Na prática, os tricilíndricos tentam obter “o melhor de dois mundos”, ou seja, a potência em altas rotações dos quatro cilindros e o maior torque em baixos e médios giros dos bicilíndricos.

Durante a avaliação, realizada no Autódromo Fazenda Capuava, o motor de 799 cilindradas, com refrigeração líquida e injeção eletrônica, teve bom comportamento. O traçado da pista possui similaridade com uma estrada sinuosa, com subidas e descidas, e o três cilindros mostraram força necessária para fazer o roteiro sem excessivas trocas de marchas – o câmbio da Tiger 800 XC tem 6 marchas e apresenta engates suaves.

Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)

 

Foi possível chegar próximo a 170 km/h com facilidade na pista e a bolha dianteira garantiu efetividade ao bloquear a chegada do vento ao rosto. Com uma aceleração contundente, a motocicleta proporcionou bastante força nas subidas e tudo sempre acompanhado de um empolgante ronco que emana do escapamento. As mudanças de direção são feitas com agilidade e a diversão é garantida.

Além disso, o motor trabalha com “pontualidade britânica”, apresentado vigor em altos giros e funcionamento extremamente linear. Os 95 cavalos declarados a tornam a mais potente de sua categoria e isso resulta em esportividade extra no asfalto. Acompanhado por um conjunto de suspensões firmes, que apresentam múltiplas regulagens, tanto na dianteira, como na traseira, permite fazer curvas em alta velocidade com boa estabilidade.

Só não é possível deitar mais nas curvas devido à configuração com rodas de 21 polegadas na dianteira, que nos faz lembrar que está é uma moto de uso misto. No exterior, além da versão XC, a Triumph vende a Tiger 800, uma opção com roda de 19 polegadas na dianteira – nas duas motocicletas a traseira tem 17" – e amortecedores de menor curso (comprimento das molas), ainda não prevista para o Brasil.

Boa no asfalto
Com um garfo invertido da marca Showa, um dos principais fabricantes de suspensões do mundo, na dianteira, e monoamortecedor da mesma marca na traseira, a Tiger mostrou bastante esportividade no asfalto. Seu chassi é do tipo treliça tubular e é feito de aço, que garante rigidez adequada.

Com o auxílio dos freios ABS, item de série no Brasil, a motocicleta passa confiança para frenagens mais fortes, mesmo no limite. O dispositivo de segurança, que fora do país é opcional, tem um funcionamento mais “racing” que o da BMW F 800 GS, por exemplo, com as rodas chegando a travar um pouco antes de entrar em ação.

Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)

 

O sistema traz muito mais confiança para a pilotagem, além de evitar uma possível queda durante uma frenagem brusca de emergência. Ainda existe a possibilidade de desligar o ABS, porém, esta função não é muito prática na Tiger. Ao contrário de sua rival alemã, que possui botão para realizar esta tarefa no punho esquerdo, na motocicleta da Triumph a operação deve ser feita no painel através de alguns cliques – sempre com a moto parada.

Com o sistema no “off”, ficou nítido que, independente dos freios ABS, o conjunto de frenagem tem bom funcionamento. Equipada com dois discos na dianteira, de 308 mm cada, e um disco de 255 mm, na traseira, a Tiger proporciona bom tato nos freios. O acionamento não é demasiadamente brusco e o resultado é sempre incisivo.

Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)

 

Confortável e bem equipada
Com características para rodar muitos quilômetros, a Tiger 800 XC garante conforto ao motociclista. O piloto vai bem relaxado em sua condução, com braços não esticados e pernas pouco flexionadas. Apesar disso, a altura do assento, que varia de 845 mm a 865 mm, pode ser um incômodo para os “baixinhos” pela dificuldade de alcançar o solo. Para os que tem mais de 1,80 de altura a moto fica na medida.

Seu assento tem rigidez adequada e as pernas ficam bem encaixadas ao tanque, garantindo firmeza no controle da Tiger. Caso queira realizar pilotagem off-road, com a posição em pé na motocicleta, a 800XC geometria preparada para isso. No entanto, durante a apresentação da motocicleta, o G1 pode apenas rodar com a moto no circuito de asfalto. Mesmo assim, pelo seu comportamento na pista e as suspensões longas é possível prever que a motocicleta pode superar com tranquilidade trechos de terra.

Conclusão
Com ótimo acabamento e visual bastante moderno, a 800 XC tem como um de seus grandes trunfos o motor de três cilindros que, no asfalto, supera o desempenho da BMW. O desafio da empresa para o sucesso deste produto no Brasil depende de dois pontos: tornar a marca mais conhecida no país e expandir sua rede de concessionárias, que conta apenas com uma unidade, localizada em São Paulo. A Tiger traz, além do ABS de série, protetores de mão e de motor, que ressaltam seu caráter aventureiro.

Possuindo conjunto acertado e preço atrativo, para os parâmetros brasileiros, a Tiger 800 XC chega para esquentar a briga das trail de média cilindrada. Nitidamente, seu projeto teve muita inspiração da F 800 GS da BMW, assim como a Tiger Explorer lembra a R 1200 GS. No entanto, a Triumph soube dar sua cara para a moto, além de manter caraterísticas tradicionais de seus produtos.

Seu valor é competitivo, mas vale ressaltar que, comparando com a F 800 GS, a Tiger é mais barata também em outros países. Além disso, a BMW já renovou o modelo no exterior, que deve chegar ao Brasil em 2013 e possui como opcionais suspensões com ajustes eletrônicos e controle de estabilidade – dispositivos não presentes na Tiger – o que deve tornar a disputa ainda mais interessante.


Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Triumph Tiger 800XC (Foto: Gustavo Epifanio/G1)






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