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Internacional
Quarta - 18 de Maio de 2005 às 09:59

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Uma importante pesquisa sobre a violência contra crianças na China mostra que o abuso é mais disseminado do que se imaginava e tem um duradouro efeito sobre a saúde mental.

Nos últimos 25 anos, a China mantém uma política que autoriza os casais das cidades a terem apenas um filho. Isso levou à percepção popular de que os filhos únicos teriam a tendência a serem mais mimados do que agredidos.

Mas a pesquisa, realizada junto a mais de 3.500 adolescentes pela Federação das Mulheres de Toda China, pela Universidade de Pequim e pelo Unicef (órgão da ONU para a infância), mostrou que mais de 50 por cento dos participantes do sexo masculino e um terço dos do sexo feminino haviam sido agredidos fisicamente na infância.

"Os maus-tratos a crianças são um problema existente na China. Uma ou duas crianças em cada classe escolar, em média, podem ser vítimas de sérios abusos", disse o relatório.

O estudo também traçou uma clara relação entre abuso infantil e saúde mental. Crianças maltratadas têm maior propensão a se tornarem alcoólatras ou adotarem comportamentos violentos.

"A violência e o abuso contra crianças é muito mais prevalente em todo o mundo do que esperávamos", disse Anupama Rao Singh, diretora do Unicef para Ásia-Pacífico, quando questionada sobre se estava surpresa com os resultados na China.

Ela afirmou que, nesse sentido, a China é igual a muitos outros países, onde o castigo físico é visto como uma forma de disciplina. "Precisamos reconhecer que grande parte da violência relatada no estudo diz respeito a medidas disciplinares", afirmou.

A pesquisa mostra que também existe um preocupante padrão de punições físicas nas escolas.

Singh afirmou que a China está recrutando personalidades públicas para campanhas de conscientização sobre o tema e buscando formas de trabalhar diretamente com os pais e melhorar a segurança no ambiente escolar.





Fonte: Reuters

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