Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 17 de Maio de 2005 às 14:49
Por: Márcia Wonghon

    Imprimir


Recife - Cerca de 500 trabalhadores rurais sem terra da Zona da Mata e do Agreste de Pernambuco, ligados a vários movimentos sociais, realizam hoje uma caminhada pelas ruas do centro da capital. O objetivo da manifestação é comemorar a chegada da Marcha Nacional pela Reforma Agrária a Brasília, da qual participam cerca de 12 mil camponeses.

Os sem-terra também reivindicam agilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nos processos de desapropriação de terras e mais crédito agrícola. Dados do Incra revelam que existem no estado atualmente 28 mil famílias acampadas e 12 mil assentadas.

O coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Alexandre Conceição, afirmou que a reforma agrária é fundamental para resolver o problema do desemprego, da violência e para devolver a dignidade aos trabalhadores do campo."Está difícil continuar nessa política neo-liberal. Ou o governo muda, ou vamos viver uma barbárie violenta. A reforma agrária é a única saída que vai fazer com que o povo tenha trabalho com dignidade, para promover o desenvolvimento do país", observou.

O trabalhador rural, Marcos da Silva Santos, do acampamento Cabrunema, de 480 hectares, no município de Escada, na região metropolitana, fala das dificuldades enfrentadas no dia a dia. "Estamos sofrendo, temos mulheres, crianças, idosos e falta tudo, energia, infra-estrutura. Quando alguém adoece, precisamos caminhar três léguas, levando o paciente em uma maca improvisada, até um hospital", revela.

O assentado Eurico Avelino, do município de Ipojuca, conta que a principal dificuldade é a falta de energia elétrica. "Estamos há 27 anos em um assentamento do governo federal, vivendo à luz de candeeiro", declarou.

No percurso da marcha, os agricultores incluíram uma parada em frente ao prédio do consulado dos Estados Unidos. O coordenador da Comissão Pastoral da Terra, Plácido Júnior, informou que o objetivo é protestar contra a intervenção do governo norte-americano nos países da América Latina. Há um mês, o cônsul dos Estados Unidos em Pernambuco, Peter Swavely, procurou a superintendente do Incra em Pernambuco, Maria de Oliveira, para pedir informações sobre a manifestação abril vermelho, do MST, que resultaram em 28 ocupações de áreas, com a participação de 8 mil famílias.





Fonte: Agência Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/339658/visualizar/