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Cidades/Geral
Segunda - 16 de Maio de 2005 às 11:40
Por: ANTONIO DE SOUZA

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Rondonópolis, MT – O custo financeiro por atendimento às vítimas de acidentes nas estradas – incluem-se aí o deslocamento para a auto-estrada, o resgate, a participação de médicos e de pessoal especializado, além do valor cobrado por uma unidade móvel – chega a R$ 18 mil por pessoa. Deve-se considerar, ainda, toda a movimentação das Polícias Rodoviárias Estadual e Federal. Ao longo do ano, Mato Grosso gasta mais de R$ 500 milhões com acidentes de trânsito. Uma morte no trânsito custa, para toda a população, R$ 120 mil. Um ferido que vai para o hospital custa, em média, R$ 35 mil.

Esse quadro, sobre a triste realidade das estradas federais em Mato Grosso, foi apresentado pelo presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Moisés Sachetti, na sexta-feira (13.05) à noite, em Rondonópolis (220 km ao Sul de Cuiabá), durante o lançamento da segunda etapa do Programa de Educação para o Trânsito "Arranca Safra". O trabalho procura conscientizar os motoristas de caminhão e outros usuários das estradas para o crescimento dos acidentes e a necessidade de se combater essa irregularidade

Enfatizando que o custo dessa violência é extremamente alto, Sachetti questionou: "E quem paga essa conta?". Segundo ele, a primeira conta quem paga é toda a sociedade. Mas, a conta maior quem paga é a própria família das vítimas. "Quem fica é que paga a conta de um acidentado. Infelizmente, esta é a triste realidade", afirmou.

O presidente do Detran-MT citou que, no caso dos acidentes com vítimas fatais, dolorosa não é a conta financeira, mas conta do sentimento, a conta psicológica. Ele próprio se colocou nessa situação, ao lembrar que, no ano passado, perdeu sua esposa num acidente. Foi em Brasnorte (579 km a Noroeste de Cuiabá), quando, segundo Sachetti, o motorista se distraiu, bateu numa cabeceira de ponte e caiu numa ribanceira de cerca de sete metros. Sua esposa faleceu no hospital, quatro dias depois do acidente.

"Vendo a dificuldade que eu próprio senti, tenho buscado propagar a idéia de que devemos ter a consciência de que precisamos nos respeitar. Não adiante tomar o ‘rebite", pois essa droga pode até trazer lucro financeiro momentâneo, mas traz, sobretudo, um prejuízo considerado irreversível para toda a família. E para outras pessoas que também transitam nas rodovias", disse Sachett, se referindo a um tipo de anfetamina que alguns motoristas tomam para, entre outras coisas, evitar o sono.

Sachetti destacou que as estradas federais em Mato Grosso não são boas como deveriam. Mas, segundo ele, é preciso mais atenção, assinalando que a campanha "Arranca Safra" não tem a pretensão de ensinar ninguém, mas de conscientizar pela preservação da vida. "Ao final, toda a sociedade agradece, toda a sua família agradece", completou.

De acordo com o presidente do Detran-MT, pelo que se apurou, além do "rebite", há casos de muitos motoristas que também consomem cocaína. "Isso é extremamente ruim. Com o consumo, eles criam uma dependência desastrosa. Depois, vem a desagregação familiar. E, por fim, o caos. Por isso, essa campanha e muitas outras que o Governo faz no âmbito urbano, com um objetivo: diminuir o índice de acidentes em Mato Grosso", afirmou.

EXEMPLO – Moisés Sachetti revelou, na ocasião, que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) acompanham com interesse a realização da campanha "Arranca Safra", por se tratar de um fato inédito nessa área. O interesse é que o trabalho que o Governo Blairo Maggi realiza em Mato Grosso venha, em breve, servir de exemplo para outros Estados, onde os acidentes de trânsito ocorrem com freqüência.

"Não tenho dúvida de que o trabalho de prevenção, por meio da educação, pode colocar fim a esse quadro de violência nas estradas, pois, até agora, só se trabalhava com corretivos, o que nem sempre tinha efeito direto, pois a causa maior dos acidentes (imprudência) continuava fazendo vítimas", disse ele.





Fonte: Secom - MT

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