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Internacional
Sábado - 14 de Maio de 2005 às 17:25

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Um partido pan-islâmico negou hoje as acusações, feitas pelo presidente uzbeque Islam Karimov, de que esteja por trás da violência no país da Ásia Central que deixou cerca de 10 soldados e dezenas de rebeldes e manifestantes mortos.

Cerca de 2 mil pessoas se reuniram na cidade de Andizhan novamente neste sábado, na mesma praça onde soldados haviam atirado contra manifestantes um dia antes, deixando dezenas de mortos. Algumas pessoas exigiam a renúncia de Karimov.

Segundo o presidente do Uzbequistão, o grupo islâmico Hizb ut-Tahrir, banido no país, era o responsável pela violência. "A culpa da violência tem que estar com Islam Karimov e seu regime opressivo, que torturou e prendeu milhares de vítimas inocentes", disse Imran Wahid, porta-voz do Hizb ut-Tahrir em Londres.

Wahid disse que o grupo é bastante ativo no Uzbequistão, mas que não é violento. "Queremos minar e derrubar o regime de Islam Karimov por meios pacíficos", afirmou. "A culpa pela violência não deveria ser atribuída ao povo que vive sob opressão", acrescentou. Hizb ut-Tahrir, que significa Partido da Libertação, diz que busca estabelecer um governo islâmico onde for possível, aumentando a consciência dos muçulmanos no mundo todo.

Karimov também culpou o Hizb ut-Tahrir por ataques passados, inclusive explosões em julho que mataram quatro pessoas nas embaixadas dos EUA e de Israel e no gabinete de promotoria em Tashkent, além de ataques suicidas que mataram 50 pessoas um ano atrás.

Analistas ocidentais dizem que Karimov usa a ameaça do extremismo islâmico para garantir seu regime autoritário duro e que muito do descontentamento da população vem da pobreza e do desemprego.





Fonte: Reuters

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