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Saúde
Sábado - 14 de Maio de 2005 às 11:08
Por: Herton Escobar

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São Paulo - Apenas 20 países, incluindo o Brasil, são responsáveis por 90% da produção global de conhecimento científico relacionado à saúde. O levantamento, feito por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra que o abismo entre pobres e ricos está aumentando nessa área.

Salvo raras exceções - entre elas, o caso do Brasil -, a maioria dos países pobres e em desenvolvimento registrou queda na publicação de artigos científicos durante o período estudado, de 1992 a 2001, enquanto as nações mais ricas mantiveram sua produção científica constante.

Os resultados, publicados na revista Science, estão de acordo com as tendências registradas nos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo 2004, publicados também esta semana (por pura coincidência) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Ambos demonstram uma clara concentração da produção de conhecimento nos países e Estados mais desenvolvidos. "As publicações científicas sobre tópicos de saúde estiveram desproporcionalmente distribuídas e altamente concentradas nos países mais ricos do mundo", afirma o estudo da OMS, chefiado por Guillermo Paraje.

Fatias

Os Estados Unidos, sozinhos, foram responsáveis por mais de um terço da produção científica nessa área. O outro um terço foi produzido por pesquisadores do Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Canadá e Itália. Já a última fatia de conhecimento foi dividida entre 183 países, com 13 na liderança.

"Essas proporções se mantiveram relativamente estáveis ao longo do período de dez anos, exceto por uma clara tendência ascendente no Brasil, na China e, em particular, na República da Coréia - aumento de nove vezes", diz o estudo da OMS.

Os países classificados como de renda média-baixa aumentaram sua contribuição em 20%. Graças, principalmente, à produção de Brasil, China e Turquia, que conseguiram compensar a queda de participação da Rússia.

Os autores da OMS revisaram quase 3,5 milhões de trabalhos científicos, de 190 países, publicados em mais de 4 mil periódicos indexados nos principais bancos de dados americanos.

Os dados da Fapesp mostram que a medicina é a área brasileira que mais publica internacionalmente, com cerca de 25% das publicações nacionais e crescimento de 80% no período 1998-2002.

Os dois levantamentos consideram apenas os estudos publicados em revistas de critério internacional. O que não significa que pesquisas também importantes, mas de aplicação mais regional, também não estejam sendo feitas.





Fonte: Agência Estado

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