Bomba explode diante da Petrobras na Bolívia

La Paz - Um explosivo carregado de dinamite explodiu ao meio-dia em Santa Cruz de la Sierra, 700 quilômetros de La Paz, em frente à sede da Petrobras. O atentado não causou vítimas. A explosão ocorreu a 15 quarteirões do centro da cidade e foi atribuída a um grupo até então desconhecido chamado Frente Nacional Anticorrupção. O grupo enviou aos veículos de imprensa um vídeo no qual aparecem três pessoas encapuzadas diante de uma bandeira azul, vermelha e verde.

"Isto não é nada frente ao que ocorrerá mais para frente, se nossas exigências não forem atendidas", advertiu o comunicado que um dos encapuzados leu em frente às câmeras. O comunicado exige a "recuperação total dos hidrocarbonetos e das outras empresas capitalizadas", no prazo de 15 dias.

Ao qualificar de "mal-nascido" o ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, o comunicado pede também "o confisco de seus bens". O ex-governante privatizou as empresas petrolíferas, ferroviárias, aéreas e de telecomunicações durante sua primeira gestão (1997-2001), associando as companhias com ao capital privado.

O ministério de Governo divulgou pouco depois do ocorrido um comunicado que diz não ser coincidência o fato de o atentado ter sido realizado antes dos protestos convocados por organizações sociais que exigem a nacionalização dos hidrocarbonetos.

"O ministério de Governo condena o atentado que está ligado a um conjunto de ações que buscam desestabilizar o governo e a democracia", diz o documento.

Segundo as primeiras investigações, a explosão de dinamite ocorreu debaixo de um veículo estacionado em frente à sede da Petrobras. O carro pertence a um consultor da empresa, que opera na Bolívia há nove anos.