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Cuiabá lidera debate nacional sobre biocombustível
Os programas nacional e estaduais de produção e uso de biodiesel, as perspectivas, estratégicas e mercadológicas nacionais, principais avanços tecnológicos para a produção do biodiesel e a sua diversidade de fontes produtoras, a questão ambiental e o biocombustível como fonte de alternativa em comunidades isoladas, são temas que estarão sendo discutidos em Cuiabá - MT, no Centro de Eventos do Pantanal, no período de 23 a 25 deste mês, no evento Biodiesel BR 2005.
Esta é a primeira vez que se realiza um evento desta envergadura sobre a o biodiesel no país. O pioneirismo mato-grossense neste debate não poderia ser diferente, uma vez que o Estado é reconhecido internacionalmente pela força do seu agronegócio, já possui empresas produzindo a matéria prima e, ainda por cima, tem tecnologia inovadora para o uso do combustível alternativo sendo desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que está promovendo o evento.
“O biodiesel é o acontecimento do ano no Brasil. O presidente Luis Inácio Lula da Silva já assinou decreto permitindo a adição de 2% de biodiesel ao diesel. Isto representa 800 milhões de litros que devem ser produzidos até 2008 quando a adição será obrigatória. Recentemente também foi assinado decreto dando isenção de impostos para quem comprar a matéria prima do agricultor familiar, visando produzir biodiesel. Portanto, é um grande programa do governo, que envolve 14 ministérios. Mato Grosso, pelas condições que oferece, tem todas as condições de liderar este processo”, assegura o professor Paulo Teixeira de Souza Junior, pró-reitor de Pesquisa da UFMT, e coordenador do evento. Ele será o moderador da primeira mesa redonda do Biodiesel Br 2005, a ser realizada às 10h00 do dia 23 de maio, com o tema “Perspectivas Estratégicas e Mercadológicas Nacionais do Biodiesel”. Esta mesa redonda será realizada logo após a palestra de abertura “Biocombustíveis no Brasil: Passado, Presente e Futuro”, a ser proferida por Rodrigo Rodrigues, coordenador da Comissão Executiva do Biodiesel da Casa Civil do governo Federal, com início às 8h00.
“Nosso objetivo é levar ao conhecimento do Brasil e de Mato Grosso o que está sendo desenvolvido em nosso Estado em prol do programa de biodiesel”, afirma Teixeira, ressaltando que esta pode ser a solução para a escassez de combustível no mundo e, também, para o meio ambiente, representando um grande avanço na redução do efeito estufa. “Agora com assinatura tratado de Kioto, a Europa introduziu o biodiesel na matriz energética deles, que não têm condições de produzi-lo e estão querendo importar do Brasil. Temos todas as condições de produzir para nós e também para exportar”, assinala Teixeira, argumentando ainda que o biocombustível, sob o ponto de vista ambiental é benéfico pois é produzido a partir de fonte renovável, ao contrário do petróleo que, além disto, satura a atmosfera de CO2, o gás que provoca o efeito estufa.
Tecnologia inovadora
Segundo o professor e coordenador de Pesquisas da UFMT, Evandro Luiz Dall’ Oglio, as pesquisas que a universidade vem realizando em torno do biodiesel priorizam uma tecnologia inovadora, através da utilização do micro-ondas, que possibilitará a utilização de óleos residuais, como óleo de frituras e da gordura oriunda de frigoríficos, como elementos importantes na produção de biodiesel.
“A metodologia tradicional, embora sacramentada e estabelecida, tem limites com relação à qualidade da matéria prima para produção de biodiesel. Nós estamos desenvolvendo uma tecnologia que permita não só usar a matéria prima de boa qualidade, como também a residual, que produz impacto ambiental, de forma a agregarmos isso à cadeia produtiva do biodiesel”, afirma ele, adiantando que o uso do biodiesel em 100% é possível, sem que haja necessidade de adaptação do motor e, tão pouco, das bombas de combustíveis nos postos distribuidores.
“O que pode ocorrer é que alguns motores ao serem produzidos ganham em seu entorno componentes plásticos que podem ter vida menos útil com o uso do biodiesel. Mas temos condições de também desenvolvermos material mais resistente. E os motores que não possuem mangueiras plásticas, por exemplo, tendo todo o material de metal, não enfrentam este desgaste”, diz Dall’ Oglio, assegurando que do ponto de vista da geração de energia, a variação do tipo de oleaginosa (mamona, algodão, soja, dendê e outros) com a qual se produz o biodisel, não faz muita diferença. “O que se discute hoje é que o Programa Brasileiro de Biocombustível respeite as características de cada região de produzir esta ou aquela oleaginosa”, ressalta.
Economicamente viável
“Economicamente o biodiesel é viável, tendo em vista o grande ganho ambiental que ele significa; na geração de empregos e renda no Brasil. Isto, porque, deixaremos de mandar dólares para o exterior comprando petróleo, para injetarmos esse recurso na economia local, fazendo com que o dinheiro circule aqui dentro”, afirma Dall’ Oglio, citando também os subprodutos que podem ser gerados na cadeia do biodisel. É o caso da torta da extração do óleo, que pode gerar adubo ou ração animal e, também, da glicerina, que pode ser utilizada para indústria farmacêutica, bem como para a geração de sabão, sabonetes e shampoo.
Ele ressaltou que, além disto, a UFMT está desenvolvendo pesquisas no sentido de se produzir a glicerina como aditivo para o biodiesel. “Se pegamos todos os entornos da cadeia do biodiesel, certamente é perfeitamente viável economicamente”, reafirma ele, assegurando que a indústria tem condições de atender a demanda, uma vez que a discussão do biodiesel não é novidade no país. Segundo o professor, a primeira patente do biodiesel no mundo foi requerida pelo pesquisador brasileiro Expedito Parente, atualmente proprietário de uma empresa em Fortaleza CE, cuja atuação se faz há 20 anos, período no qual outros empresários se interessaram pela proposta, somando experiência na produção de máquinas, tecnologias e produção de biodisesel.
“Não tenho dúvidas que estamos preparados para atingir os 2% que o governo determinou que adicionemos ao óleo diesel até o início de 2008, já em 2005. Quem sabe, em uma década, poderemos já estar utilizando 100% de biodiesel”, afirmou entusiasmado.
O BIODIESEL BR 2005 conta com o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso; Secretaria de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (Secitec) e patrocínio do Ministério de Ciências e Tecnologia - MCT; Secretaria de Industria,Comércio, Minas e Energia (Sicme); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat); BNDES; Eletrobrás; Eletronorte; Sebrae; Ecomat (Ecológica Mato Grosso Industria e Comércio) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Sindicato das Industrias Alcooleiras - Sindalco.
Esta é a primeira vez que se realiza um evento desta envergadura sobre a o biodiesel no país. O pioneirismo mato-grossense neste debate não poderia ser diferente, uma vez que o Estado é reconhecido internacionalmente pela força do seu agronegócio, já possui empresas produzindo a matéria prima e, ainda por cima, tem tecnologia inovadora para o uso do combustível alternativo sendo desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que está promovendo o evento.
“O biodiesel é o acontecimento do ano no Brasil. O presidente Luis Inácio Lula da Silva já assinou decreto permitindo a adição de 2% de biodiesel ao diesel. Isto representa 800 milhões de litros que devem ser produzidos até 2008 quando a adição será obrigatória. Recentemente também foi assinado decreto dando isenção de impostos para quem comprar a matéria prima do agricultor familiar, visando produzir biodiesel. Portanto, é um grande programa do governo, que envolve 14 ministérios. Mato Grosso, pelas condições que oferece, tem todas as condições de liderar este processo”, assegura o professor Paulo Teixeira de Souza Junior, pró-reitor de Pesquisa da UFMT, e coordenador do evento. Ele será o moderador da primeira mesa redonda do Biodiesel Br 2005, a ser realizada às 10h00 do dia 23 de maio, com o tema “Perspectivas Estratégicas e Mercadológicas Nacionais do Biodiesel”. Esta mesa redonda será realizada logo após a palestra de abertura “Biocombustíveis no Brasil: Passado, Presente e Futuro”, a ser proferida por Rodrigo Rodrigues, coordenador da Comissão Executiva do Biodiesel da Casa Civil do governo Federal, com início às 8h00.
“Nosso objetivo é levar ao conhecimento do Brasil e de Mato Grosso o que está sendo desenvolvido em nosso Estado em prol do programa de biodiesel”, afirma Teixeira, ressaltando que esta pode ser a solução para a escassez de combustível no mundo e, também, para o meio ambiente, representando um grande avanço na redução do efeito estufa. “Agora com assinatura tratado de Kioto, a Europa introduziu o biodiesel na matriz energética deles, que não têm condições de produzi-lo e estão querendo importar do Brasil. Temos todas as condições de produzir para nós e também para exportar”, assinala Teixeira, argumentando ainda que o biocombustível, sob o ponto de vista ambiental é benéfico pois é produzido a partir de fonte renovável, ao contrário do petróleo que, além disto, satura a atmosfera de CO2, o gás que provoca o efeito estufa.
Tecnologia inovadora
Segundo o professor e coordenador de Pesquisas da UFMT, Evandro Luiz Dall’ Oglio, as pesquisas que a universidade vem realizando em torno do biodiesel priorizam uma tecnologia inovadora, através da utilização do micro-ondas, que possibilitará a utilização de óleos residuais, como óleo de frituras e da gordura oriunda de frigoríficos, como elementos importantes na produção de biodiesel.
“A metodologia tradicional, embora sacramentada e estabelecida, tem limites com relação à qualidade da matéria prima para produção de biodiesel. Nós estamos desenvolvendo uma tecnologia que permita não só usar a matéria prima de boa qualidade, como também a residual, que produz impacto ambiental, de forma a agregarmos isso à cadeia produtiva do biodiesel”, afirma ele, adiantando que o uso do biodiesel em 100% é possível, sem que haja necessidade de adaptação do motor e, tão pouco, das bombas de combustíveis nos postos distribuidores.
“O que pode ocorrer é que alguns motores ao serem produzidos ganham em seu entorno componentes plásticos que podem ter vida menos útil com o uso do biodiesel. Mas temos condições de também desenvolvermos material mais resistente. E os motores que não possuem mangueiras plásticas, por exemplo, tendo todo o material de metal, não enfrentam este desgaste”, diz Dall’ Oglio, assegurando que do ponto de vista da geração de energia, a variação do tipo de oleaginosa (mamona, algodão, soja, dendê e outros) com a qual se produz o biodisel, não faz muita diferença. “O que se discute hoje é que o Programa Brasileiro de Biocombustível respeite as características de cada região de produzir esta ou aquela oleaginosa”, ressalta.
Economicamente viável
“Economicamente o biodiesel é viável, tendo em vista o grande ganho ambiental que ele significa; na geração de empregos e renda no Brasil. Isto, porque, deixaremos de mandar dólares para o exterior comprando petróleo, para injetarmos esse recurso na economia local, fazendo com que o dinheiro circule aqui dentro”, afirma Dall’ Oglio, citando também os subprodutos que podem ser gerados na cadeia do biodisel. É o caso da torta da extração do óleo, que pode gerar adubo ou ração animal e, também, da glicerina, que pode ser utilizada para indústria farmacêutica, bem como para a geração de sabão, sabonetes e shampoo.
Ele ressaltou que, além disto, a UFMT está desenvolvendo pesquisas no sentido de se produzir a glicerina como aditivo para o biodiesel. “Se pegamos todos os entornos da cadeia do biodiesel, certamente é perfeitamente viável economicamente”, reafirma ele, assegurando que a indústria tem condições de atender a demanda, uma vez que a discussão do biodiesel não é novidade no país. Segundo o professor, a primeira patente do biodiesel no mundo foi requerida pelo pesquisador brasileiro Expedito Parente, atualmente proprietário de uma empresa em Fortaleza CE, cuja atuação se faz há 20 anos, período no qual outros empresários se interessaram pela proposta, somando experiência na produção de máquinas, tecnologias e produção de biodisesel.
“Não tenho dúvidas que estamos preparados para atingir os 2% que o governo determinou que adicionemos ao óleo diesel até o início de 2008, já em 2005. Quem sabe, em uma década, poderemos já estar utilizando 100% de biodiesel”, afirmou entusiasmado.
O BIODIESEL BR 2005 conta com o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso; Secretaria de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (Secitec) e patrocínio do Ministério de Ciências e Tecnologia - MCT; Secretaria de Industria,Comércio, Minas e Energia (Sicme); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat); BNDES; Eletrobrás; Eletronorte; Sebrae; Ecomat (Ecológica Mato Grosso Industria e Comércio) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Sindicato das Industrias Alcooleiras - Sindalco.
Fonte:
Da Assessoria
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/339965/visualizar/
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