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Putin declara encerrada polêmica sobre pacto Molotov-Ribbentrop
O presidente russo, Vladimir Putin, deixou claro nesta terça-feira que a Rússia não condenará o pacto secreto pelo qual Stalin e Hitler dividiram a Europa do Leste, em 1939, nem pedirá desculpas aos países bálticos por meio século de ocupação soviética.
Perguntado sobre o assunto na entrevista coletiva após a cúpula com a União Européia, Putin lembrou que a Rússia é sucessora jurídica da URSS, cujo principal órgão de poder, o Congresso de Deputados Populares, condenou o pacto Molotov-Ribbentrop em 1989.
"Vocês querem que o condenemos a cada ano? Consideramos este assunto encerrado e não voltaremos a tratar dele", afirmou Putin em resposta à pergunta de uma jornalista estoniana e referindo-se à postura de Estônia, Letônia e Lituânia.
Os países bálticos discordam de Moscou na interpretação dos resultados da Segunda Guerra Mundial e relativizam a missão "libertadora" do exército Vermelho, já que a derrota do nazismo representa para esses povos a mudança de uma ocupação por outra, a soviética.
Essas discrepâncias e a polêmica às vésperas do 60º aniversário da derrota do nazismo fizeram com que os presidentes de Estônia e Lituânia declinassem o convite de Putin para assistir ontem aos atos comemorativos em Moscou, que contaram com a presença de mais de 50 chefes de Estado e de governo. Putin admitiu que o pacto entre Stalin e Hitler foi "uma transação na qual os pequenos Estados serviram como moeda de troca". Mas ressaltou, de maneira agressiva, que "lamentavelmente, essa era a realidade da época, assim como a realidade do passado colonial dos países europeus ou a realidade do trabalho dos escravos nos EUA".
Por outro lado, Putin considerou "equivocada" a decisão do presidente da Estônia, Arnold Ruutel, de não comparecer às comemorações em Moscou, mas afirmou que o Kremlin não pretende piorar a situação em função disso.
Em outro momento, o chefe do Kremlin ameaçou adiar os acordos sobre a delimitação das fronteiras com a Letônia e a Estônia, importante para esses Estados como novos membros da UE, por isso classificou como "besteiras" as reclamações territoriais dos países bálticos.
"Estamos dispostos a fechar o acordo sobre as fronteiras com Estônia e Letônia se isso não for acompanhado de exigências de caráter territorial sem razão", disse Putin.
No entanto, segundo a agência Interfax, mais tarde o presidente se corrigiu e disse que a Rússia "não tem problemas de fronteira com a Estônia", cujas autoridades "adotaram uma postura pragmática, que corresponde aos interesses de seu país".
Em outro episódio da polêmica de Moscou com os países bálticos, o vice-ministro de Exteriores russo, Vladimir Chizhov, disse à rede britânica BBC que os presidentes lituano e estoniano não foram a Moscou porque "um deles é o único chefe de Estado vivo que combateu do lado alemão" na Segunda Guerra Mundial.
Chizhov se referia ao presidente lituano, Valdas Adamkus, de 78 anos e que, de agosto a outubro de 1944, em plena guerra mundial e sob o avanço do exército Vermelho, combateu nas forças de defesa nacional que lutavam contra os soviéticos.
Adamkus ensaiou um comentário sobre as palavras do diplomata russo, mas o ministro de Assuntos Exteriores da Lituânia, Antanas Valionis, as classificou como "indecorosas e cínicas".
"Se estava se referindo ao presidente da Lituânia, nos vemos obrigados a lembrar mais uma vez que Adamkus participou da resistência armada lituana à ocupação soviética, que continuou até a década de 1950", afirmou o ministro.
"Vocês querem que o condenemos a cada ano? Consideramos este assunto encerrado e não voltaremos a tratar dele", afirmou Putin em resposta à pergunta de uma jornalista estoniana e referindo-se à postura de Estônia, Letônia e Lituânia.
Os países bálticos discordam de Moscou na interpretação dos resultados da Segunda Guerra Mundial e relativizam a missão "libertadora" do exército Vermelho, já que a derrota do nazismo representa para esses povos a mudança de uma ocupação por outra, a soviética.
Essas discrepâncias e a polêmica às vésperas do 60º aniversário da derrota do nazismo fizeram com que os presidentes de Estônia e Lituânia declinassem o convite de Putin para assistir ontem aos atos comemorativos em Moscou, que contaram com a presença de mais de 50 chefes de Estado e de governo. Putin admitiu que o pacto entre Stalin e Hitler foi "uma transação na qual os pequenos Estados serviram como moeda de troca". Mas ressaltou, de maneira agressiva, que "lamentavelmente, essa era a realidade da época, assim como a realidade do passado colonial dos países europeus ou a realidade do trabalho dos escravos nos EUA".
Por outro lado, Putin considerou "equivocada" a decisão do presidente da Estônia, Arnold Ruutel, de não comparecer às comemorações em Moscou, mas afirmou que o Kremlin não pretende piorar a situação em função disso.
Em outro momento, o chefe do Kremlin ameaçou adiar os acordos sobre a delimitação das fronteiras com a Letônia e a Estônia, importante para esses Estados como novos membros da UE, por isso classificou como "besteiras" as reclamações territoriais dos países bálticos.
"Estamos dispostos a fechar o acordo sobre as fronteiras com Estônia e Letônia se isso não for acompanhado de exigências de caráter territorial sem razão", disse Putin.
No entanto, segundo a agência Interfax, mais tarde o presidente se corrigiu e disse que a Rússia "não tem problemas de fronteira com a Estônia", cujas autoridades "adotaram uma postura pragmática, que corresponde aos interesses de seu país".
Em outro episódio da polêmica de Moscou com os países bálticos, o vice-ministro de Exteriores russo, Vladimir Chizhov, disse à rede britânica BBC que os presidentes lituano e estoniano não foram a Moscou porque "um deles é o único chefe de Estado vivo que combateu do lado alemão" na Segunda Guerra Mundial.
Chizhov se referia ao presidente lituano, Valdas Adamkus, de 78 anos e que, de agosto a outubro de 1944, em plena guerra mundial e sob o avanço do exército Vermelho, combateu nas forças de defesa nacional que lutavam contra os soviéticos.
Adamkus ensaiou um comentário sobre as palavras do diplomata russo, mas o ministro de Assuntos Exteriores da Lituânia, Antanas Valionis, as classificou como "indecorosas e cínicas".
"Se estava se referindo ao presidente da Lituânia, nos vemos obrigados a lembrar mais uma vez que Adamkus participou da resistência armada lituana à ocupação soviética, que continuou até a década de 1950", afirmou o ministro.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/340181/visualizar/
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