Disputa étnica ajuda a fragmentar a Al-Qaeda

Islamabad, Paquistão - Agentes de espionagem dos Estados Unidos e Paquistão vêm explorando a divisão cada vez maior entre os membros árabes da Al-Qaeda e seus aliados da Ásia Central, uma fissura que está desarticulando a rede terrorista, conforme extremistas são forçados a competir por recursos, refúgios e armas, dizem autoridades envolvidas no combate ao terrorismo.

Essa rivalidade pode ter contribuído para a prisão, na semana passada, do líbio descrito como a terceira figura mais importante da Al-Qaeda. Suspeitos de nacionalidade usbeque, chechena e tajique vêm delatando extremistas de origem árabe há meses, disseram agentes paquistaneses.

"Quando chega o aperto, os usbeques vão grudar uns nos outros, e os árabes grudar uns nos outros", disse Kenneth Katzman, especialista em terrorismo do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA. "Acho que a guerrilha usbeque não tem para onde ir. Isso pode virar uma batalha pela sobrevivência".

Autoridades americanas evitaram comentar o suposto cisma. Uma, no entanto, disse que a Al-Qaeda nem sempre age como uma organização coesa, e outra declarou que "pode haver divisão, mas ninguém veio para o nosso lado".