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Polícia Federal investiga ameaças sofridas pelos indígenas e membros da força-tarefa, enquanto ministra diz que não pode impedir retirada
Governo Federal descarta intervenção em desintrusão de área indígena
O governo Federal descartou qualquer intervenção para barrar a desintrusão da terra indígena de Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista (distante 1.064 quilômetros de Cuiabá). Em reunião com senadores e deputados federais, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou já ter feito tudo o que estava ao seu alcance.
Na área em litígio, a Fundação Nacional do Índio (Funai) afirma que os registros de ameaças a membros da força-tarefa cresceram. Ontem, uma equipe da Secretaria de Saúde Indígena foi barrada enquanto transportava um adolescente Xavante que havia sofrido um acidente doméstico, segundo a autarquia.
Ameaças nominais também teriam sido feitas contra o cacique Damião Paridzané, líder da aldeia Marãiwatsédé, ao bispo benemérito Dom Pedro Casaldáglia, que já deixou a região, e ao prefeito de Alto Boa Vista, Wanderley Perin (PR). A Polícia Federal investiga quem são os responsáveis.
Os produtores rurais, por sua vez, afirmam que as tropas têm agido com truculência. Conforme Sebastião Prado, membro da Associação dos Produtores Rurais da Gleba Suiá-Missú (Aprosum), uma mulher acabou ferida ao receber a ordem de despejo.
“A polícia chegou armada, invadiu a casa para retirar todos os móveis. Ela estava sozinha, se assustou, tentou correr e acabou caindo. Quebrou a bacia em vários lugares. Está sendo levada para Cuiabá”, relata o produtor.
Durante o encontro com os parlamentares, Hoffmann afirmou que o caso de Marãiwatsédé revela a necessidade de uma discussão acerca da questão indígena no país. A ministra, no entanto, ressaltou que o assunto não pode ser tratado isoladamente. Para isto, sugeriu a criação de uma comissão no Senado.
As declarações não foram recebidas com surpresa pelo advogado da Aprosum, Luis Alfredo Feresin. “Eles estavam empurrando com a barriga. Há muito tempo eu já não participava mais dessas reuniões, por saber que não daria em nada. Minha esperança agora é no Judiciário”, critica.
A associação ainda aguarda a apreciação de um recurso extraordinário protocolado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para a procuradora da República Márcia Brandão Zollinger, no entanto, a tentativa pode não ser válida, já que não é atribuição do STF re-analisar provas.
Enquanto a retirada dos não-índios continua, produtores rurais protestam bloqueando estradas. A BR-158, principal rodovia da região Nordeste do Estado, tem intervenções em pelo menos cinco cidades. Nesta quarta-feira (12), o Ministério Público Federal (MPF) requereu à Polícia Federal que investigue o responsável pelas manifestações.
As suspeitas são de que o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, estaria conclamando a população a participar do bloqueio, inclusive oferecendo “alimentação farta”, numa tentativa de atrapalhar o processo de desintrusão.
Em nota, a Famato reiterou a manifestação de solidariedade às famílias que serão retiradas da área, mas negou qualquer estímulo ao descumprimento da decisão judicial favorável aos índios xavantes.
Na área em litígio, a Fundação Nacional do Índio (Funai) afirma que os registros de ameaças a membros da força-tarefa cresceram. Ontem, uma equipe da Secretaria de Saúde Indígena foi barrada enquanto transportava um adolescente Xavante que havia sofrido um acidente doméstico, segundo a autarquia.
Ameaças nominais também teriam sido feitas contra o cacique Damião Paridzané, líder da aldeia Marãiwatsédé, ao bispo benemérito Dom Pedro Casaldáglia, que já deixou a região, e ao prefeito de Alto Boa Vista, Wanderley Perin (PR). A Polícia Federal investiga quem são os responsáveis.
Os produtores rurais, por sua vez, afirmam que as tropas têm agido com truculência. Conforme Sebastião Prado, membro da Associação dos Produtores Rurais da Gleba Suiá-Missú (Aprosum), uma mulher acabou ferida ao receber a ordem de despejo.
“A polícia chegou armada, invadiu a casa para retirar todos os móveis. Ela estava sozinha, se assustou, tentou correr e acabou caindo. Quebrou a bacia em vários lugares. Está sendo levada para Cuiabá”, relata o produtor.
Durante o encontro com os parlamentares, Hoffmann afirmou que o caso de Marãiwatsédé revela a necessidade de uma discussão acerca da questão indígena no país. A ministra, no entanto, ressaltou que o assunto não pode ser tratado isoladamente. Para isto, sugeriu a criação de uma comissão no Senado.
As declarações não foram recebidas com surpresa pelo advogado da Aprosum, Luis Alfredo Feresin. “Eles estavam empurrando com a barriga. Há muito tempo eu já não participava mais dessas reuniões, por saber que não daria em nada. Minha esperança agora é no Judiciário”, critica.
A associação ainda aguarda a apreciação de um recurso extraordinário protocolado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para a procuradora da República Márcia Brandão Zollinger, no entanto, a tentativa pode não ser válida, já que não é atribuição do STF re-analisar provas.
Enquanto a retirada dos não-índios continua, produtores rurais protestam bloqueando estradas. A BR-158, principal rodovia da região Nordeste do Estado, tem intervenções em pelo menos cinco cidades. Nesta quarta-feira (12), o Ministério Público Federal (MPF) requereu à Polícia Federal que investigue o responsável pelas manifestações.
As suspeitas são de que o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, estaria conclamando a população a participar do bloqueio, inclusive oferecendo “alimentação farta”, numa tentativa de atrapalhar o processo de desintrusão.
Em nota, a Famato reiterou a manifestação de solidariedade às famílias que serão retiradas da área, mas negou qualquer estímulo ao descumprimento da decisão judicial favorável aos índios xavantes.
Fonte:
DO DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/34025/visualizar/
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