Argélia defende retirada de Israel de territórios ocupados

Brasília - O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, defendeu hoje, em seu discurso na abertura da Cúpula América Latina-Países Árabes, a retirada de Israel dos territórios ocupados e a criação de um Estado palestino soberano, com a capital em Jerusalém. Segundo ele, esta é a solução justa e eqüitativa para os conflitos na região. "Temos de encontrar uma solução definitiva", afirmou o presidente, dizendo que é necessário que Israel respeite as decisões internacionais e aceite a paz negociada. Ele disse ainda que a crise do Iraque inquieta a todos e os países devem buscar uma solução, que virá com a consolidação de instituições eleitas democraticamente.

Abdelaziz Bouteflika defendeu ainda a cooperação para a paz entre os países árabes e os da América do Sul. Segundo ele, esses países consideram fundamental para a segurança do mundo que se busque cooperação para a paz, dentro do estado de direito. O presidente argelino afirmou que os países representados na reunião de cúpula respeitam o direito internacional e querem um mundo multipolar, em que as riquezas possam ser repartidas.

Ele salientou a importância do diálogo para a instalação da cooperação, para que árabes e sul-americanos tenham fontes de negociações que assegurem um comércio forte e os benefícios da globalização econômica.

O presidente argelino lembrou que, com os recursos de que dispõe o mundo árabe, existe "um potencial enorme de cooperação com a América do Sul". Ele lembrou que embora esta cooperação esteja fundamentada na política econômica e comercial, é essencial que os economistas dos governos e os empresários tenham imaginação e audácia para avançar no fechamento de negócios e estabelecer parcerias equilibradas, de acordo com os interesses de todos os países dos dois blocos regionais.

Ao falar da participação dos organismos de representação internacional, como a ONU, Bouteflika reafirmou que as relações podem ser desenvolvidas "para a instalação da segurança e o combate ao terrorismo". "Temos de pensar na segurança do mundo. E nesse sentido, todas as referências internacionais devem se basear no princípio da legitimidade", disse.

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