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Internacional
Terça - 10 de Maio de 2005 às 14:44

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A ONU manifestou hoje preocupação com o destino de milhares de ruandeses que fugiram para o vizinho Burundi temendo os tribunais criados para julgar suspeitos de envolvimento no genocídio de 1994.

Quase 7 mil ruandeses entraram em Burundi desde o começo de abril. Muitos deles citam "ameaças e rumores de massacres e de ataques vingativos", segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). A agência os considera como candidatos a asilo, aguardando a avaliação de seus apelos. Ruanda estabeleceu tribunais nas aldeias, os "gacaca", para lidar com o excesso de suspeitos que aguardam julgamento nos tribunais convencionais que analisam o genocídio de 800 mil membros da etnia tutsi ou moderados da etnia hutu por radicais hutus, em 1994.



"Esta é obviamente uma questão extremamente complexa. Será que algumas dessas pessoas se envolveram no genocídio? Será que algumas não foram simplesmente ameaçadas e chantageadas por vizinhos?", disse Jennifer Pagonis, porta-voz do Acnur.

"Vai levar muito tempo para separar isso, mas no momento eles são considerados candidatos a asilo e estão recebendo assistência humanitária", disse ela a jornalistas.

Mais de 80 mil suspeitos de genocídio estão presos atualmente. Cerca de 1,8 mil ruandeses candidatos a asilo foram transferidos para o interior de Burundi. Mas cerca de 5 mil permanecem junto à fronteira, e a Acnur pretende enviá-los para áreas mais seguras.

As autoridades dos dois países estão encerrando uma campanha de duas semanas para tranquilizar os candidatos a asilo e incentivá-los a voltar voluntariamente para suas casas, segundo a porta-voz do Acnur.

Burundi garantiu à agência que os retornos serão apenas voluntários e que o Acnur poderá participar na definição do status de cada indivíduo.

Um ministro ruandês disse no mês passado que o país discutiu a questão do êxodo com Burundi e Uganda e que está cuidando dos detalhes para a volta dessas pessoas, que ele qualificou de fugitivos da justiça.





Fonte: Reuters

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