Empresa japonesa é mais uma da lista de multinacionais a encerrar suas operações no país devido à crise argentina e ao protecionismo
Yakult encerra operação na Argentina
Yakult: empresa japonesa desistiu de operar na Argentina (Divulgação)
A companhia de laticínios Yakult entrou para a longa lista das empresas que decidiram encerrar operações na Argentina no último ano. A decisão foi comunicada aos fornecedores e clientes na terça-feira. Sem maiores esclarecimentos, em sua página de internet, a japonesa Yakult informa somente que "lamentavelmente, a empresa deixou de operar na Argentina".
Fontes do setor disseram que os motivos são os mesmos que levaram outras empresas a desistirem do mercado local: as restrições para importar; a impossibilidade de remeter lucros à matriz; o elevado custo de produção com rentabilidade limitada e os frequentes piquetes na porta da fábrica, que complicavam a produtividade. Também havia dificuldades de posicionamento no mercado, com uma alta concorrência de produtos similares de companhias nacionais. A Yakult tinha 70 empregados e operava com 300 distribuidores independentes que faziam entregas em domicílio, além das vendas diretas aos supermercados e postos de serviços.
A saída da Yakult ocorre 15 anos após sua chegada e em um momento de fechamento de várias outras operações no país. A grife Kenzo, por exemplo, abandonou o país e argumentou que a decisão foi motivada "estritamente pela desaceleração econômica". Praticamente todas as marcas de luxo deixaram a Argentina nos últimos tempos: Louis Vuitton, Cartier, Pólo Ralph Lauren, Yves Saint Laurent, Escada e Empório Armani. Outras, como Calvin Klein, Chanel e Ermenegildo Zegna, chegaram a suspender suas operações temporariamente e reduziram substancialmente seus negócios.
Além do menor crescimento do país, as medidas governamentais de maior controle sobre a economia influenciam na decisão e também afetam empresas locais como a Tissage, de roupas femininas, que usava tecidos importados e acabou fechando as portas. Outros setores manifestaram dificuldades durante o ano, como de alimentos, papel, químicos e biodiesel. Em outubro, os donos da produtora de biodiesel Tres Arroyos anunciaram o fechamento da unidade em consequência do aumento das alíquotas de exportação do produto e da redução da margem de lucro no mercado doméstico, limitada em 4%.
A indústria de papel Witcel, controlada pelo grupo holandês Arjowiggins e produtora de papel especial de alta qualidade, deixou o país por uma questão de "ajuste interno" para concentrar sua produção no Brasil. Em abril, a produtora de carboximetilcelulose sódica Latinoquímica Amtex encerrou suas atividades. E, antes disso, em novembro de 2011, foi a vez da fabricante de adoçantes Merisante.
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