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Esperança nas promessas de pavimentação da Cuiabá-Santarém
A promessa de pavimentação da BR-163 trouxe nova esperança aos moradores da região. Com a melhoria da estrada, eles sonham com a chegada do progresso, desenvolvimento e dias melhores. Além das péssimas condições da rodovia, os vilarejos não têm qualquer infra-estrutura necessária ao bem estar da população. Faltam hospitais, escolas e segurança.
Apesar do grande número de crianças, algumas escolas foram fechadas e deixaram vários alunos sem ensino. A garotinha Luzia Rodrigues de Souza, de 10 anos, por exemplo, é uma vítima das decisões dos governos municipais e estaduais da região. Tímida e de poucas palavras, ela confessa não saber ler nem escrever. Mas admite que adorava ir à escola, mesmo tendo de acordar cedo e andar quilômetros e quilômetros até chegar ao local.
Luzia é moradora de Aruri, um dos principais focos de malária do Estado. Localizado ao lado do rio de mesmo nome, o vilarejo é formado de palafitas. Na época da cheia, entre março e abril, a água sobe e alguns moradores são obrigados a sair das casas, apesar de elas serem altas, afirma a moradora Domingas Torres dos Santos, de 64 anos.
Há quatro dias com febre, ela suspeitava estar malária. Mas, pelas péssimas condições da estrada, a possibilidade de ir até a cidade mais próxima para se consultar estava descartada. Além de ser caro, demoraria muito tempo, diz Domingas. Ela e o marido, Patrício Liberato dos Santos, de 72 anos, só enfrentam a BR para receber a aposentadoria na cidade de Trairão, 100 km do vilarejo.
Pela viagem, os dois pagam R$ 100 e gastam cerca de dois dias, passando a noite na estrada. “Aqui nós somos esquecidos”, afirma Patrício Liberato, referindo-se a falta de vacinação, escola e infra-estrutura. Nascidos no Maranhão, eles moram no local desde 1981 e já ouviram inúmeras vezes as promessas de pavimentação. Mas ainda mantêm a esperança de que um dia o asfalto chegue ao vilarejo. “Pode ser que não vejamos isso em vida, mas será bom para nossos netos e filhos.”
Aos 42 anos, o paranaense Virgínio Ignácio, mais conhecido como Huck, sobrevive da estrada. Percorre parte da rodovia pegando passageiros para levar até Itaituba, uma das maiores cidades da região. Numa caminhonete D-20, vão cerca de 12 pessoas apertadas na caçamba. Na falta de espaço, a alternativa é ir na capota ou de pé nos pára-choques dos veículos. Cada passagem custa R$ 80. Huck chegou na região em 1979 com os pais. Durante esse tempo, diz, já pegou 87 malárias. Mas para o motorista não há tempo ruim, nem atoleiro impossível de ser atravessado.
Hospedagem - A falta de pousadas e hotéis também é um problema para os viajantes da BR-163. As poucas acomodações ao longo da estrada não dão qualquer conforto aos viajantes, com exceção da Pousada e Restaurante Campeão, que, apesar de simples é limpa. Hotéis com televisão e ar-condicionado, somente em Novo Progresso e Itaituba.
Energia elétrica também é um bem escasso. Boa parte dos moradores dos vilarejos só tem luz porque comprou gerador movido a óleo diesel. Mas, por causa do preço do combustível, o motor é ligado apenas durante algumas horas. À noite, o limite é 22h ou 23h. Depois, tudo vira um breu. Televisão é privilégio para poucos. O conforto do chuveiro elétrico é substituído por um cano com água fria.
Apesar do grande número de crianças, algumas escolas foram fechadas e deixaram vários alunos sem ensino. A garotinha Luzia Rodrigues de Souza, de 10 anos, por exemplo, é uma vítima das decisões dos governos municipais e estaduais da região. Tímida e de poucas palavras, ela confessa não saber ler nem escrever. Mas admite que adorava ir à escola, mesmo tendo de acordar cedo e andar quilômetros e quilômetros até chegar ao local.
Luzia é moradora de Aruri, um dos principais focos de malária do Estado. Localizado ao lado do rio de mesmo nome, o vilarejo é formado de palafitas. Na época da cheia, entre março e abril, a água sobe e alguns moradores são obrigados a sair das casas, apesar de elas serem altas, afirma a moradora Domingas Torres dos Santos, de 64 anos.
Há quatro dias com febre, ela suspeitava estar malária. Mas, pelas péssimas condições da estrada, a possibilidade de ir até a cidade mais próxima para se consultar estava descartada. Além de ser caro, demoraria muito tempo, diz Domingas. Ela e o marido, Patrício Liberato dos Santos, de 72 anos, só enfrentam a BR para receber a aposentadoria na cidade de Trairão, 100 km do vilarejo.
Pela viagem, os dois pagam R$ 100 e gastam cerca de dois dias, passando a noite na estrada. “Aqui nós somos esquecidos”, afirma Patrício Liberato, referindo-se a falta de vacinação, escola e infra-estrutura. Nascidos no Maranhão, eles moram no local desde 1981 e já ouviram inúmeras vezes as promessas de pavimentação. Mas ainda mantêm a esperança de que um dia o asfalto chegue ao vilarejo. “Pode ser que não vejamos isso em vida, mas será bom para nossos netos e filhos.”
Aos 42 anos, o paranaense Virgínio Ignácio, mais conhecido como Huck, sobrevive da estrada. Percorre parte da rodovia pegando passageiros para levar até Itaituba, uma das maiores cidades da região. Numa caminhonete D-20, vão cerca de 12 pessoas apertadas na caçamba. Na falta de espaço, a alternativa é ir na capota ou de pé nos pára-choques dos veículos. Cada passagem custa R$ 80. Huck chegou na região em 1979 com os pais. Durante esse tempo, diz, já pegou 87 malárias. Mas para o motorista não há tempo ruim, nem atoleiro impossível de ser atravessado.
Hospedagem - A falta de pousadas e hotéis também é um problema para os viajantes da BR-163. As poucas acomodações ao longo da estrada não dão qualquer conforto aos viajantes, com exceção da Pousada e Restaurante Campeão, que, apesar de simples é limpa. Hotéis com televisão e ar-condicionado, somente em Novo Progresso e Itaituba.
Energia elétrica também é um bem escasso. Boa parte dos moradores dos vilarejos só tem luz porque comprou gerador movido a óleo diesel. Mas, por causa do preço do combustível, o motor é ligado apenas durante algumas horas. À noite, o limite é 22h ou 23h. Depois, tudo vira um breu. Televisão é privilégio para poucos. O conforto do chuveiro elétrico é substituído por um cano com água fria.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/340523/visualizar/
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