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Internacional
Sábado - 07 de Maio de 2005 às 23:44

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O chefe de gabinete argentino, Alberto Fernández, afirmou neste sábado que o governo privilegiará "a vocação de associação" em seu vínculo com o Brasil, mas admitiu que "sempre há momentos de tensão pelas assimetrias geradas". "A construção do Mercosul, que há muitos anos estamos tentando levar adiante, é uma construção difícil devido às assimetrias que existem entre Brasil, Argentina e os demais países (Paraguai e Uruguai)", disse Fernández.

Essas declarações do chefe de gabinete argentino se referem aos conflitos políticos e comerciais entre Brasil e Argentina, país que ameaça aplicar impedimentos à entrada de calçados brasileiros e reivindica avanços nas medidas de salvaguarda comercial para impedir que uma "avalanche" de importações do país vizinho prejudique a indústria nacional.

Nos últimos dias, as autoridades argentinas reclamaram das "assimetrias econômicas" que favorecem o Brasil e, além disso, expressaram suas divergências com a política externa do país vizinho na região.

"Argentina e Brasil mantêm uma negociação que representa uma associação regional. Nessa discussão, às vezes, as coisas se complicam, mas, na verdade, o que sempre privilegiaremos é a vocação de associação, que é o mais importante", acrescentou Fernández.

Por sua vez, o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Héctor Méndez, afirmou hoje que, na relação com o Brasil, "é preciso deixar um pouco o acordo em função dos números que não são satisfatórios" para a Argentina.

A poucas horas da reunião que terá no Brasil para superar os conflitos, Méndez disse que "durante muito tempo (a Argentina) foi tolerante com o cumprimento das normas do Mercosul e aconteceu um crescimento que não foi justo para alguns membros". "Nossa intenção é fortalecer o Mercosul, mas não às custas de alguns membros", assinalou o presidente da UIA.

Os governos dos dois países concordaram em realizar nos próximos dias uma série de reuniões para superar os conflitos, por isso a cúpula da UIA se reunirá na segunda-feira em Brasília com os ministros brasileiros de Exteriores, Celso Amorim, e de Indústria e Desenvolvimento, Luiz Furlan.

Por sua vez, fontes oficiais garantiram que essas controvérsias serão um dos assuntos tratados pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Néstor Kirchner, em reunião prevista para terça-feira em Brasília.





Fonte: EFE

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