Ministro da Agricultura é pressionado por verbas

O anúncio de R$ 400 milhões para a reforma agrária e a revisão dos índices de produtividade das propriedades rurais, feito pelo Ministério da Agricultura, acalmou os ânimos dos sem-terra, mas criou um problema com ruralistas.

Além do corte de 47% no orçamento da pasta, o ministro Roberto Rodrigues está sendo pressionado até por seus aliados a pedir demissão se a pasta não recuperar verbas para áreas importantes, como a defesa agropecuária e uma saída para a renegociação das dívidas agrícolas.

Uma marcha com 11 mil manifestantes do MST chega a Brasília no dia 17. Ao mesmo tempo, uma manifestação promete levar 35 mil produtores rurais à Capital federal no início de junho. Nos moldes do Caminhonaço, movimento dos anos 90 em prol das renegociações de dívidas, os agricultores querem chamar a atenção para a crise provocada pela seca na região Sul e o baixo preço das commodities.

Na quinta-feira, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo ainda coordenou uma reunião especial no Planalto sobre a crise. No encontro, além dos presidentes das comissões de agricultura da Câmara, Ronaldo Caiado, e do Senado, Sérgio Guerra, estavam os ministros que integram a cúpula do governo. Ao ouvir o pedido de mais recursos, Antonio Palocci, da Fazenda, que detém a caneta para a liberação de verbas, disse que seria preciso buscar uma fonte para os recursos.