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Internacional
Sábado - 07 de Maio de 2005 às 16:33

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O estado de Washington continua em estado de choque após a revelação de que um político republicano, que participa de lutas conservadoras contra os direitos dos homossexuais é, ele próprio, homossexual.

A polêmica vem à tona em meio a uma onda de puritanismo nos EUA.

Jim West, prefeito de Spokane pelo Partido Republicano, conhecido por suas rígidas posturas contra os homossexuais, reconheceu nesta quinta-feira que já teve relação sexual com outros homens.

As declarações foram feitas depois da divulgação de uma investigação que caiu como uma bomba no estado, localizado no litoral do Pacífico.

Para realizar a investigação, que durou três anos, o jornal The Spokesman-Review entrou em contato com dois homens que acusaram West de ter abusado sexualmente deles quando eram crianças. O jornal também acusou o prefeito de aproveitar o cargo para iniciar relações com jovens.

West, 54 anos, negou as acusações de abuso sexual, mas assumiu que ofereceu presentes, favores e inclusive um trabalho na prefeitura em um "chat" no site Gay.com. O prefeito fez a oferta a um homem que se apresentou no "chat" como um jovem de 18 anos, mas que na realidade era um especialista contratado pelo jornal.

Após a divulgação do escândalo, os adversários políticos de West denunciaram a hipocrisia de um prefeito que, enquanto lutava ativamente contra os direitos dos homossexuais, mantinha relações com homens.

West, que foi líder da maioria republicana no Senado estadual, opôs-se aos esforços para ampliar a proteção dos direitos civis dos homossexuais e votou a favor de um projeto de lei que em 1998 proibia o casamento entre os casais do mesmo sexo.

O prefeito chegou inclusive a propor que o sexo entre adolescentes fosse criminalizado e apoiou uma medida que teria proibido gays e lésbicas de trabalhar em escolas e creches.

"O público deixa de confiar quando o que os políticos dizem é diferente do que fazem em sua vida particular", disse Lisa Brown, senadora pelo Partido Democrata.

Washington foi palco esta semana de um incidente "pró-decência" que em outro momento teria sido elogiado pelo prefeito West. A rede de lanchonetes Starbucks, que até então tinha uma imagem progressista, decidiu vetar a venda em suas lojas do álbum "Devils and Dust", de Bruce Springsteen, por considerar que seu conteúdo é para adultos.

A Starbucks, que tem sede em Washington e que também vende CDs em suas lojas nos EUA, está ofendida pela música "Reno", que faz referência ao sexo anal e dá detalhes sobre um encontro com uma prostituta.

Outro indício da "onda de decência" no país aconteceu no Texas, onde a Câmara legislativa estadual aprovou, também nesta semana, uma lei contra as danças muito sensuais das líderes de torcida.

A nova medida, que agora espera aprovação do Senado estadual, propõe dar autoridade ao Departamento de Educação para decidir se as líderes de torcida cumprem ou não os padrões de decência.

Enquanto isso, a televisão - muito vigiada desde o episódio em que a cantora Janet Jackson mostrou um seio no intervalo da final do Super Bowl, em fevereiro de 2004 - lançou nesta semana uma medida, chamada "TV Watch Coalition" para se defender de uma lei que propõe multas a qualquer emissora que apresentar conteúdo "indecente".

Tais medidas começam a causar mal-estar até entre os conservadores como Adam Thierer, um dos membros da coalizão e diretor do Centro para a Liberdade dos Meios Digitais, aliado à Fundação para o Progresso e a Liberdade.

Thierer afirmou que, em uma sociedade livre, "as pessoas terão diferentes valores e níveis de tolerância quando o assunto for liberdade de informação, e o governo não deveria impor sobre todos a vontade de alguns".





Fonte: EFE

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