Invasão do Iraque custou 1 milhão de votos a Tony Blair

Londres - A decisão de invadir o Iraque junto com os Estados Unidos custou ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, mais de um milhão de votos nas eleições da quinta-feira, segundo o jornal Daily Mirror. Apesar de conseguir um histórico terceiro mandato consecutivo, os trabalhistas obtiveram 9,6 milhões de votos na quinta-feira, 6% a menos que há quatro anos, quando 10,7 milhões de eleitores optaram pelo partido de Blair.

A diferença de 1,1 milhão de votos reflete de certo modo o número de pessoas que protestaram em Londres contra os planos do governo de invadir o país árabe sem o aval das Nações Unidas e a despeito da forte oposição popular. Muitos desses trabalhistas insatisfeitos votaram no Partido Liberal-democrata - único que desde o início foi contra a guerra do Iraque e viu aumentar o número de cadeiras - ou ficaram em casa.

A maior revanche contra Blair foi de George Galloway, deputado expulso do trabalhismo e acusado na época de ser cúmplice do ditador iraquiano Saddam Hussein. À frente de um pequeno partido que criou, o Respect, ele conseguiu derrotar uma trabalhista defensora da guerra e que partia com uma vantagem de mais de dez mil votos.

Galloway, que pretende se tornar um problema para o primeiro-ministro no próximo Parlamento, acusou Blair de ter nas mãos o sangue de todos os mortos na guerra e acrescentou que "os mortos e as mentiras" continuariam perseguindo o primeiro-ministro.