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Nacional
Sábado - 07 de Maio de 2005 às 08:39
Por: Marcos Chagas

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Brasília - A estratégia do governo brasileiro de acabar com "atravessadores" nas negociações de produtos nacionais com os países árabes é o caminho certo para ampliar o comércio. A afirmação é do presidente do Instituto de Estudos das Operações de Comércio Exterior, Luiz Fernando Antônio, que a partir de segunda-feira (9) estará em Brasília para a Feira de Investimentos que acontecerá paralelamente a reunião de Cúpula dos Países Árabes e América do Sul.

Em entrevista à Agência Brasil, o empresário ressaltou que até tomar a decisão de negociar diretamente com os árabes, o empresariado brasileiro vendia seus produtos para representantes europeus e norte-americanos "que os revendiam para os países do Oriente Médio até três vezes mais caros". Dados do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que, de 2003 para 2004, as exportações brasileiras para a região cresceram 46%.

Luiz Fernando Antonio acredita que o empresariado brasileiro está pronto para estreitar a parceria comercial com o mundo árabe. No entanto, alerta que, por tratar-se de um mercado "extremamente exigente", não se pode cair na tentação de entrar em aventuras. "É preciso ter consciência que estaremos concorrendo diretamente com europeus, norte-americanos e japoneses, por isso temos que estar preparados, senão vamos perder tempo e dinheiro" avaliou o presidente do instituto. Acrescentou que "a possibilidade vai se abrir para quem está preparado para isso".

Neste sentido, Luiz Fernando fez questão de separar conceitos de pequenas empresas que estão prontas para lidar com o comércio exterior das que ainda não tem condições de sobreviver neste mercado. "Qualquer empresa que queira vir para o comércio internacional tem que se preparar, tem que contratar pessoal que conheça as exigências técnicas e culturais de cada país", afirmou o empresário.

Se o empresário brasiliense José Luiz Diaz Fernandez tivesse conversado, em 1999, com Luiz Fernando, talvez não tomasse a iniciativa que lhe abriu mercado nos Emirados Árabes. Fabricante de móveis para dormitórios e salas, José Luiz viu, no final da década de 90, os mercados norte-americano e europeu saturados e sem perspectiva. Decidiu, então, pegar um avião para Dubai, cidade dos Emirados Árabes que, pelo volume de negócios, é comparada a Miami (EUA) e tentar abrir uma nova frente de vendas.

"Eu não sabia nem onde ficava os Emirados Árabes", contou à Agência Brasil o empresário brasiliense que, neste ano, tenta incrementar o seu comércio com aquele país depois de ter passado "um período difícil" em 2004. José Luiz confirmou a fama dos árabes de exigentes, principalmente no que diz respeito ao cumprimento de prazos. "Se não deixar fechado e assinado (contrato) pode esquecer", afirmou.

O Agente de Comércio Exterior de uma empresa que fabrica equipamentos de segurança no Distrito Federal, Edvando Gomes de Souza, vive um momento completamente diferente do colega José Luiz. Ele não precisou dar uma de mascate e vender seu produto aos árabes. Recentemente foi procurado por empresários jordanianos interessados em adquirir motores para portões eletrônicos.

Apesar de ainda estar em processo de negociação com os jordanianos, Edvando Gomes acredita que poderá fazer daquele país uma porta de entrada para o seu produto no Oriente Médio. Para isso, segue os conselhos do presidente do Instituto de Estudos das Operações de Comércio e já se prepara para conhecer melhor a cultura e o modo de negociar dos árabes. "Não pode ter erro nenhum."





Fonte: Agência Brasil

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