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Internacional
Sábado - 07 de Maio de 2005 às 08:00

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O chanceler alemão, Gerhard Schröder, acha que a unidade da Europa é uma "obrigação" e o compromisso dos europeus com a paz um "testamento histórico", após a dramática experiência da II Guerra Mundial.

Em artigo publicado no Süddeutsche Zeitung por ocasião do sexagésimo aniversário da capitulação do Terceiro Reich aos aliados ocidentais, neste fim de semana, o chanceler lembrou que a Europa nasceu da emergência, como resposta da população européia à guerra, ao deslocamento, à destruição e ao nacionalismo errado.

Schröder participará das comemorações do 60º aniversário do fim da Guerra Mundial amanhã em Berlim e depois, no dia 9, em Moscou, mas não fará discursos.

Segundo o chanceler, a ampliação da Europa ao leste significa o cumprimento de uma missão histórica e o fim da divisão no continente, embora seja de sua opinião que o processo deve seguir em frente.

Defende por isso a entrada na União Européia de novos países, entre os quais cita Romênia, Bulgária e Turquia, além de Croácia.

Schröder considera que também é preciso "desenvolver uma genuína associação estratégica com a Rússia".

Seguindo esse raciocínio, o chanceler critica os que, por questões de consumo político interno, questionam a conveniência de prosseguir com a ampliação.

O chanceler acrescentou que a "Alemanha não pode nem deve permitir-se uma atitude "provinciana e curta de alvos, de auto-elogio nacionalista", e lembrou que a UE não é resultado de políticas oportunistas e sim do "cumprimento por parte de uma série de países soberanos de requisitos muito concretos e objetivos".

Visando os atos comemorativos de segunda-feira em Moscou, o chanceler afirmou que a vitória das tropas aliadas sobre a Alemanha nazista foi um milagre e uma libertação para a Europa.

Essa declaração de Schröder, assinada pelo presidente russo Vladimir Putin, difere da do presidente americano, George Bush, que junto com outros 50 chefes de Estado ou de governo fará parte da cerimônia moscovita.

Antes de viajar para a Europa, Bush disse que aproveitará sua estadia no continente para evocar a ocupação soviética nos três estados bálticos e para fazer uma chamada de liberdade em toda a Europa, pois em Belarus segue havendo uma ditadura.

Em seu longo artigo no Süddeusche Zeitung, Schröder evoca a sensação dos alemães ao acabar a guerra como "o sentimento de libertação não foi imediato, veio mais tarde, muito mais tarde".

"As lembranças da população européia foram e são distintas, mas a conclusão é a mesma: Queremos paz. Não queremos ideologias totalitárias, racismo e anti-semitismo", escreve o chanceler, para quem a Alemanha deve o que é hoje à unidade européia.





Fonte: EFE

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