Novo patriarca greco-ortodoxo será eleito na próxima semana
O Sínodo, formado por 18 bispos, destituiu seu máximo guia na Terra Santa após o escândalo sobre a suposta venda de terrenos dentro da cidadela antiga de Jerusalém a investidores judeus.
Após a decisão adotada ontem, Irineos desapareceu por algumas horas e só voltou de madrugada ao Patriarcado greco-ortodoxo com a ajuda da Polícia.
Irineos foi acusado há algumas semanas de vender a um grupo de investidores judeus por um prazo de 198 anos uma série de terrenos, e entre essas propriedades dois imóveis junto à famosa porta de Jafa, um dos principais acessos à cidade velha.
A suposta venda, nunca provada e que foi desmentida ontem pelo patriarca no Sínodo, gerou os protestos do restante das Igrejas na Terra Santa e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que temem que estenda o exemplo e as propriedades dentro da cidadela passem pouco a pouco para mãos de judeus.
A população local palestina também expressou seu repúdio a Irineos mediante manifestações junto ao Santo Sepulcro, enquanto os líderes da Igreja ortodoxa na Grécia e do governo de Atenas abriram uma investigação para esclarecer o escândalo.
A Igreja greco-ortodoxa é a maior proprietária de terras na região de Jerusalém e em outros importantes locais da Terra Santa, o que lhe outorga um imenso poder em uma cidade disputada por israelenses e palestinos.
As primeiras sanções contra Irienos aconteceram na quinta-feira passada quando seus próprios subordinados, entre eles 13 bispos e 25 arquimandritas, decidiram boicotá-lo por suspeitas de corrupção.
O boicote estava destinado a convencer Irineos a apresentar sua demissão, mas após sua reticência de renunciar a seu cargo, foi convocado o Sínodo na sexta-feira e ele foi destituído.
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