Produtores do Centro-Oeste se associam em busca de vantagens

A cada mês, o grupo de 11 produtores rurais reúne-se na propriedade de um de seus integrantes. Enquanto o anfitrião oferece café-da-manhã e almoço, os colegas avaliam a fazenda e as contas da empresa. No final do dia, fazem uma série de recomendações para melhorar a gestão e, um ano depois, cobram a aplicação do receituário.

O ritual quase litúrgico, com a participação de um consultor técnico, é praxe no grupo Guará, um dos pioneiros de Rondonópolis, onde foi criado há oito anos. Além de trocar experiências, os participantes da iniciativa também lideram um pool para compra de insumos em larga escala – somente os associados respondem pela produção de 70 mil hectares de soja.

– Conseguimos facilmente preços 20% mais baratos do que um produtor comum – calcula o engenheiro agrônomo José Enrique Rodrigues, consultor técnico do Guará, adiantando que o próximo passo deverá ser realizar exportação direta de soja.

A formação de estruturas semelhantes à do grupo, como condomínios e pequenas cooperativas de grandes produtores, é uma das saídas para enfrentar a crise na agricultura no Centro-Oeste. Pressionados por altos custos de produção e deficiências de infra-estrutura e logística, os produtores, além de investir em escala e tecnologia, precisam implantar modernas técnicas de gestão, explica o presidente da Federação da Agricultura do Estado, Homero Pereira.

– O associativismo tem aumentado muito de um ano para cá. Talvez seja a unica forma de enfrentarmos a crise. – afirma.