Nilmário: acordo para identificar desaparecidos políticos resgata história de brasileiros

Brasília - Pode haver mais seis descendentes de brasileiros na lista dos desaparecidos políticos na época da ditadura na Argentina. A informação foi dada pelo ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Ele ressaltou que o acordo de cooperação entre Brasil e Argentina para a troca de informações sobre desaparecidos políticos, que será assinado hoje, irá ajudar a preservar a memória política dos dois países permitir que se identifiquem novos desaparecidos políticos, como Sérgio Fernando Tula Silberg, o oitavo brasileiro na lista de desaparecidos na Argentina, durante a ditadura, cujo nome foi divulgado ontem (5).

"Graças ao produto da cooperação com a Argentina, nós recuperamos a história do Sérgio Fernando Tula. Nos deram também informação sobre seis descendentes de brasileiros que desapareceram no período e que eram desconhecidos para a gente. São pessoas que tinham vínculos com o Brasil, ou tinham pais ou parentes brasileiros. Nós vamos pesquisar isso", ressaltou o ministro.

Ele disse que, por terem enfrentado períodos de ditadura, os países integrantes do Mercosul concordam que deve haver respeito à memória dos exilados e desaparecidos políticos. "Esses países passaram por ditaduras. Houve muitos mortos, desaparecidos políticos, tortura e exilados. As novas gerações e a atual têm o direito à verdade histórica, de conhecer tudo que sucedeu no período", destacou.

Nilmário Miranda explicou que o intercâmbio entre os países do Mercosul não se resumirá à memória política. "Nosso objetivo futuro é que Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e outros países tenham, além do Mercado Comum, o parlamento comum e a livre circulação de cidadãos", disse.

O ministro participa hoje do último dia de debates da 1ª Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados, em Assunção, no Paraguai. A reunião discute a promoção dos direitos humanos nos países do bloco econômico.