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Brasília - A atividade da indústria nacional teve perda de intensidade no primeiro trimestre do ano. Duas variáveis são apontadas como as responsáveis por esse cenário: o desaquecimento da demanda interna em resposta à alta da taxa de juros praticada desde setembro de 2004 e a expressiva valorização do Real, que reduz a rentabilidade das vendas ao exterior. Esta é a constatação dos Indicadores Industriais de março divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa é feita mensalmente pela entidade com aproximadamente 3 mil empresas e é divulgada com até 40 dias de defasagem por questões técnicas e operacionais.

Segundo o coordenador da Unidade de Política Econômica, Flávio Castelo Branco, as variáveis diretamente ligadas à produção, como horas trabalhadas e vendas reais mostram uma reversão na sua trajetória de crescimento observada desde o segundo semestre de 2003. As razões para a perda de intensidade da atividade da indústria, explica ele, são, "de um lado, a elevação da taxa de juros que já perdura há oito meses, em um processo que vem se intensificando, e também, pela valorização do câmbio, que reduz o valor do faturamento das empresas com vendas externas em moeda nacional".

Em março, o indicador de horas trabalhadas na produção recuou 1,62% se comparado ao mês de fevereiro. No entanto, na comparação entre os primeiros trimestres de 2005 e 2004, registra-se um crescimento desse indicador em 6,24%. Com relação às vendas reais da indústria, houve recuo em março de 1,12% em relação a fevereiro. Nesse caso, já é o terceiro trimestre consecutivo de queda. Na comparação com o mesmo período de 2004, as vendas industriais ainda apresentam variação positiva no início de 2005. A CNI confirma que, entre os primeiros trimestres de 2005 e de 2004, observa-se expansão das vendas em 2,35%.