Estiagem pode causar até 20% de prejuízos na safra de algodão
O vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Sério De Marco disse hoje que a mudança climática do ano passado para este ano foi abrupta. De acordo com levantamento realizado por ele, de dezembro de 2003 a maio de 2004 choveu 1.200 milímetros na região, este número foi reduzido para apenas 420 milímetros até o último domingo (01.05).
De Marco explicou que a safra de algodão deste ano está sendo prejudicada por duas secas, a primeira em fevereiro, no plantio e agora no momento quando ele está definindo o ponteiro e abrindo a pluma. “Este é o momento em que o algodão mais precisa de água porque sem ela a planta não forma a pluma”, explicou.
As lavouras mais prejudicadas são as que foram plantadas em tempo normal e equivalem a 90% da produção da região. Outros 10% podem ter uma safra melhor em virtude de terem plantado cedo e se encontram com a planta em fase de colheita.
A cultura do algodão é mais cara que da soja e provavelmente não haverá lucro para os produtores nesta safra. O custo de plantio de um hectare de algodão é de US$ 1,680 mil dólares, podendo chegar a mais de US$ 2 mil em épocas de câmbio baixo como a que estamos atravessando.
Os produtores da região ainda enfrentam outro problema. O algodão da região é tipo exportação e depende da alta qualidade para ser vendido para fora do país. “Só saberemos do que realmente poderá acontecer depois da colheita, pode ser que haja algum milagre com a máquina no campo e a produtividade fique alta, mas as chances são pequenas”, assegurou De Marco.
A colheita do algodão é realizada do final de maio a agosto. A seca que aflige principalmente a região de Rondonópolis e Itiquira também compromete com menos intensidade os municípios de Alto Garças, Pedra Preta e Alto Araguaia.
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