Suspeitos de nazismo serão julgados no Brasil
No primeiro semestre de 2013, quatro suspeitos de integrar um grupo neonazista serão julgados em Porto Alegre por tentativa de homicídio, formação de quadrilha e racismo, um fato inédito no Brasil segundo o delegado Paulo César Jardim, que há dez anos coordena uma equipe de investigação contra grupos extremistas no Sul do país. "Teremos a experiência, através do Júri popular, de julgar o envolvimento de nazistas pela primeira vez. Na América do Sul, esse tipo de fato, com tentativa de homicídio e formação de quadrilha, é inédito", afirmou. As informações são informativo judaico Alef.
Ainda sem data definida, o Júri vai decidir o futuro de uma mulher e três homens que se envolveram, segundo denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça, em uma agressão a três judeus em maio de 2005 no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, com facas e canivetes, junto com outros dez suspeitos. O MP sustentou que os réus integravam um grupo que pregava o preconceito contra judeus, negros, homossexuais e punks. Além das agressões, eles veiculavam ideias discriminatórias pela Internet, divulgavam letras de músicas, fotografias e imagens com mensagens de conteúdo antissemita e nazista e pregavam a supremacia da raça ariana.
Mesmo com a provável condenação, o policial não acredita no fim da propagação do nazismo no estado: "É um posicionamento ideológico, por isso não acredito no seu término", destacou ele, responsável pelo indiciamento de 35 neonazistas no estado na última década. Conforme a lei 7.716, de 1989, "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo" prevê pena de até três anos de reclusão.
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