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Internacional
Quinta - 05 de Maio de 2005 às 12:40

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A homenagem às vítimas das deportações da França ocupada para os campos de concentração e extermínio nazistas dominam as comemorações francesas dos 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

Foram cerca de 150 mil os deportados da França aos campos de concentração e de extermínio nazistas, e 75 mil deles eram judeus.

Em ocasiões neste ano, o presidente Jacques Chirac prestou homenagem às vítimas com a promessa de nunca esquecer o que a França "não soube impedir": a "Shoah" (Holocausto, em hebraico).

A promessa foi feita em 25 de janeiro em Paris, na inauguração do Memorial da Shoah; um dia depois em Auschwitz (Polônia), na comemoração dos 60 anos da libertação desse campo nazista; e em 24 de abril, de novo na capital francesa, na cerimônia pelo Dia Nacional da Lembrança das Vítimas e dos Heróis da Deportação.

O presidente francês voltará a homenagear as vítimas em outubro, quando vai inaugurar o Centro Europeu do Resistente Deportado no antigo campo de concentração de Struthof, o único construído na França durante a Segunda Guerra Mundial. Situado na Alsácia, que tinha sido anexada pela Alemanha nazista, esse campo foi o primeiro a ser libertado pelos aliados, no fim de 1944.

Chirac, que foi o primeiro chefe de Estado francês a reconhecer, em 16 de julho de 1995, recém-chegado ao Palácio do Eliseu, a "dívida imprescritível" da França com os deportados e o papel do Estado nesse drama, reiterou a necessidade de estar alerta para evitar o "ressurgimento do inaceitável".

A França deve "reconhecer sua responsabilidade", "não esquecer o que não soube impedir" e "fazer o possível para ser fiel à herança humanista que traiu" durante o regime de Vichy, destacou Chirac, ao inaugurar o Memorial de Paris, em janeiro.

Na cerimônia de 24 de abril, o presidente lembrou que "o Estado francês havia apoiado a obra da morte" e manifestou "nossa dor infinita por não haver podido impedir esta tragédia". Para Chirac, "o inaceitável" é o anti-semitismo, essa "perversão que mata", o revisionismo, esse "crime contra a verdade", e qualquer tipo de discriminação.

Talvez por isso, em 24 de abril Chirac homenageou não só as vítimas judias das deportações, mas também outros mártires da "loucura nazista", como religiosos, humanistas, deficientes físicos, ciganos e homossexuais, além dos membros da Resistência.

Nesse dia, a apenas duas semanas dos 60 anos da capitulação da Alemanha de Adolf Hitler, foi realizada uma cerimônia solene com a presença de vários sobreviventes, reunidos na Esplanada dos Direitos Humanos do Trocadero.

A cerimônia contou com a presença dos jovens, símbolo da transmissão da memória, pois, como disse Chirac na inauguração do Memorial da Shoah, "nossos filhos e nossos netos deverão guardar no mais profundo de seus corações, cravado como uma dor e presente como uma ameaça, a consciência do que aconteceu".

Esse centro, que pretende se transformar na referência sobre o Holocausto na Europa, é formado por quatro edifícios que dão para um pátio onde está o Muro dos Nomes, em que foram gravados os nomes dos 75 mil judeus franceses deportados, dos quais apenas 2.500 voltaram.





Fonte: EFE

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