Investimentos em infra-estrutura dependem de planejamento, diz ex-ministro

O governo precisa fazer planejamentos de longo prazo, para que os recursos em infra-estrutura sejam bem aplicados. "O investimento é de longo prazo. O setor privado só vai entrar se tiver perspectiva e essa perspectiva quem tem que dar é o governo, com planejamento de longo prazo", destacou o ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, que participou nessa quarta feira do programa Diálogo Brasil da TV Nacional sobre o tema.

Também participaram do debate o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy.

Reis Velloso alertou para o tratamento diferenciado que a área de saneamento exige. Ele acredita que o setor privado estará interessado, se houver um arcabouço jurídico que garanta os contratos. "Depende do que acontecer no que tange ao marco regulatório. Aí, creio que pode haver interesse da iniciativa privada. A questão do FGTS está encaminhada, tem uma legislação geral sobre parcerias", observou Velloso.

Para o ex-ministro, outro problema a ser equacionado no contexto do investimento em infra-estrutura é do matriz energética brasileira. "A nova tendência internacional é para elevação contínua do preço do petróleo. Haverá Pressão sobre o preço de petróleo. O Brasil precisa diminuir a participação do petróleo, expandir a participação de energia elétrica, álcool, etanol. Afinal, o país é o mais competitivo do mundo nesta área", disse.

O ministro José Dirceu lembrou que o governo está atento às duas questões levantadas pelo ex-ministro, o planejamento e a matriz energética. Dirceu disse que o país está equacionando o uso dos recursos naturais e dará ao Programa do Biodiesel impulso cada vez maior. "O biodiesel é uma obsessão do presidente Lula. O Brasil vai ser um grande produtor de biodiesel, como é de etanol. Vamos dobrar a produção de álcool nos próximos anos, vamos ser um grande exportador", afirmou.