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Quinta - 05 de Maio de 2005 às 10:19

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Em exatos dois meses, o Hotel Raffles, em Cingapura, se transformará em um caldeirão de intrigas na votação mais disputada na história dos Jogos Olímpicos. Os salões no estilo colonial do hotel serão tomados por dirigentes das cidades candidatas, consultores e agentes de relações públicas tentando fazer de Londres, Madri, Moscou, Nova York ou Paris, a favorita, a sede dos Jogos de 2012.

Já foram gastos milhões de dólares e outros milhões foram prometidos pelas cinco cidades desde a apresentação das candidaturas, há 12 meses.

A política está concentrada ao redor da votação secreta dos 120 membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), em 6 de julho, em Cingapura. Uma cidade cairá a cada rodada de votação até que uma delas consiga maioria dos votos.

O presidente do COI, Jacques Rogge, deverá anunciar a vencedora por volta das 19h30 (8h30 de Brasília). Teorias conspiratórias e política serão os nomes do jogo a partir do momento em que os delegados chegarem à república do Sudeste Asiático, no final de junho, até o último voto.

Apostas

"Nunca vi algo assim antes", disse uma fonte próxima do COI. "Todas as candidatas são cidades grandes. Será muito difícil para todas elas engolir o fracasso. As apostas serão extremamente altas em Cingapura."

Paris ainda é considerada a favorita, mas Londres e Nova York parecem ter avançado em Berlim, no mês passado, durante encontro internacional de federações esportivas.

O encontro em Berlim deu mais provas, se fossem necessárias mais, que a campanha está sendo disputada em atmosfera de antagonismo caindo para a hostilidade aberta.

Londres ganhou as manchetes ao anunciar incentivos para organismos esportivos e federações internacionais, entre eles crédito de US$ 50.000 para comitês olímpicos nacionais nos custos de uso de campos de treinamento britânicos.

Também ofereceu transporte aéreo para equipes e descontos em restaurantes, lojas e teatros.

Isso provocou consternação entre líderes do COI, que ainda sofrem com a lembrança dos dias de corrupção envolvendo as candidaturas para as Olimpíadas de Inverno de 2002.

A comissão de ética do COI foi requisitada a verificar se Londres rompeu as regras ao anunciar promessas que não estavam previstas nos documentos originais da candidatura. A cidade então cancelou as ofertas.

Ofertas

"O sentimento na candidatura de Londres foi o de que se havia preocupação, era melhor matar esta preocupação imediatamente e retirar as ofertas, e não argumentar sobre o significado real das regras", disse Craig Reedie, membro do comitê britânico.

"O que temos que fazer agora é garantir que as pessoas entendam que não estávamos tentando subornar ninguém."

Nova York também foi examinada pelo comitê do COI. A equipe de candidatura apresentou ofertas para federações esportivas de participação no lucrativo mercado norte-americano como parte de sua tentativa de ganhar a concorrência pelos Jogos, além de escritórios gratuitos.

A equipe de Nova York foi inocentada de irregularidades.

Um membro do COI disse que Londres e Nova York chegaram "perto da linha e talvez na fronteira do que é aceitável na comissão de ética."

Outro membro previu que as ações vão levar as outras três cidades a agir.

Rogge advertiu todas as cinco candidatas a evitarem uma guerra, mas a fonte disse: "O que se vê agora é Paris, Moscou e Madri se aproximando o quanto for possível da linha do aceitável."

Outro membro disse que o encontro de Berlim ressaltou as posições diferentes das cidades, o que pode afetar a votação no COI.

"Neste ponto estamos começando a ver claramente a diferença nas posições entre as cidades. A posição de Paris é conservadora, e a de Londres e, em parte a de Nova York, são mais radicais."

"Quaisquer que sejam as medidas que as candidatas deixaram nas mangas, o lobby será intenso nos próximos dois meses e as atitudes para se obter vantagem serão a ordem do dia."





Fonte: Reuters

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