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Educação/Vestibular
Quinta - 05 de Maio de 2005 às 08:25
Por: Lissandra Paraguaçu

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Brasília - Terminar um curso superior, ao menos nas áreas de Ciências da Saúde, é mais fácil para estudantes brancos, com renda familiar acima de 10 salários mínimos e pais com formação superior, segundo o perfil socioeconômico traçado no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), divulgado na terça-feira pelo Ministério da Educação.

Apenas 26% dos estudantes de primeiro ano que fizeram a prova tinham renda familiar acima de 10 salários mínimos. Mas entre os que concluíram o curso eles representam mais de 35%, segundo o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Dilvo Ristoff.

O aluno típico das áreas de Saúde é branco, com renda até 10 salários mínimos e mora com os pais. Tem conhecimento quase nulo de outras línguas além do português, não lê mais do que dois livros por ano e jornais, ocasionalmente - o que ajuda a explicar o mau desempenho na prova de conhecimentos gerais do Enade.

Desigualdades

O perfil dos estudantes que fizeram a prova reforça que há desigualdades socioeconômicas nas universidades. "Os dados revelam a necessidade de políticas afirmativas, sob pena de a universidade reproduzir as desigualdades fora dela", disse o ministro Tarso Genro, na terça-feira, na divulgação dos resultados.

Quase todos os estudantes avaliados têm acesso à internet e usam o computador para fazer os trabalhos escolares. A principal fonte de informação é a televisão.

"O Enade demonstra que essa avaliação é um conjunto de aspectos positivos e um conjunto de problemas. Problemas graves como o das bibliotecas, uma exigência frontal dos alunos", constatou o ministro.




Fonte: Agência Estado

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