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Economia
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 19:14
Por: Alberto Romeu Pereira

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Os postos de combustíveis de Mato Grosso amanheceram a segunda-feira (02) pagando mais caro pelo óleo diesel. O aumento girou em média a R$ 0,04 e não havia sido comunicado pela Petrobrás. Nem mesmo o Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis de Lubrificantes - Sindicom - que representa as maiores empresas do setor, havia sido informada. Em Mato Grosso, empresários do setor de revenda de combustíveis reclamam da estratégia usada.

Segundo notícias veiculadas na imprensa, a Petrobras estaria lançando na segunda-feira um novo tipo de óleo, chamado de diesel 500. Na esteira promocional a estatal petrolífera aproveitou para reajustar o preço do diesel tradicional que abastece outros estados, como Mato Grosso.

Ontem (03), o Sindicom reagiu a estratégia da Petrobras. A empresa até o momento não fez qualquer anúncio oficial sobre o reajuste, embora ele já esteja em vigor, limitando-se a dizer que houve apenas uma 'equiparação de preços'.

Ao fazer o lançamento do novo produto, nesta segunda-feira, o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, afirmou que o valor do novo produto seria 1,9% maior que o do diesel interior para compensar parte do investimento de US$ 750 milhões feito em seu desenvolvimento. O diesel 500 atenderá as regiões urbanas com maior concentração de gases poluentes, como Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Baixada Santista, São José dos Campos, Belo Horizonte e Vale do Aço.

“Houve um aumento no preço do diesel interior assim que entrou em vigor o diesel 500, que é ambientalmente mais puro. O ajuste foi de R$ 0,02 ou R$ 0,03. Se a diferença de preços continuasse muito alta daria margem a fraudes”, disse.

“A Petrobras aumentou o preço do diesel interior em pouco mais de R$ 0,01, pois assim que o diesel 500 foi lançado houve um desequilíbrio no mercado porque a defasagem de preços era de quase R$ 0,05. Alguns caminhões com tanques de até 400 litros estavam se abastecendo em postos do interior a um preço maior para depois revender o produto nas grandes cidades como se fosse o diesel 500. Com a medida, a Petrobras praticamente equiparou os preços”, justificou.

Atualmente, em São Paulo, a diferença entre os preços do diesel 500 e o diesel interior está em R$ 0,02.

POSTOS DE RODOVIAS RECLAMAM DE ATITUDE DA PETROBRAS

Os proprietários de postos de combustíveis de rodovias de Mato Grosso reagiram com críticas ao aumento de 3% do óleo diesel por parte da Petrobras. As suspeitas de aumento já circulavam na sexta-feira, porém esperava-se um anúncio oficial da Petrobras, o que não aconteceu.

Para o revendedor Daniel Locatelli, proprietário de uma rede de postos no Sul do Estado o ato é risco para o empresário, devido o volume financeiro envolvido na reposição de estoques.

"É uma bola de neve. Aumento do diesel, aumento do frete, aumento de custos", reclama Laércio Estrela, diretor de postos de Rodovias do Norte de Mato Grosso, do Sindipetróleo - sindicato que congrega as empresas no estado.

Sem um anúncio oficial de aumento por parte da refinaria o revendedor fica refém do consumidor ao repassar o preço para a bomba, explica Jairo Priotto, diretor de postos de rodovias da Grande Cuiabá. "A Petrobras tinha a obrigação de anunciar a medida", adverte ele.

Em Rondonópolis, onde há grande concentração de comercialização do volume do produto por empresas do setor de agronegócios, o aumento também não agradou. Edson Serrou Barbosa, diretor nacional de Postos de Rodovias da Fecombustíveis - federação que reúne 30 mil postos no Brasil, considerou de alto risco a atitude da Petrobras. "repor estoque neste patamar, numa época de queda de vendas por causa do período de colheita, é prejuízo ao empresário", diz Serrou.

A expectativa é que o produto seja comercializado na bomba a média de R$ 1,89 na Grande Cuiabá, podendo até ultrapassar em cidades da região de Rondonópolis. No Nortão, devido os custos com transportes e as péssimas condições das estradas não há estimativa de preço de bomba. O Preço Médio Ponderado a Consumidor Final - PMPF, estabelecido pela Secretaria de Estado de Fazenda, para efeito de cobrança do ICMS é de R$ 1,9129.





Fonte: Da Assessoria

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