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Economia
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 16:00
Por: ROSI MEDEIROS

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O governador Blairo Maggi voltou a defender na manhã desta quarta-feira (04.05), numa entrevista a jornalistas estrangeiros de veículos de comunicação norte-americanos e europeus, a necessidade da criação de uma política de subsídios para pequenos produtores rurais. O governador também informou sobre o que a administração estadual tem feito para regularização de terras no Estado e dados que demonstram que agricultura em Mato Grosso e no Brasil vem crescendo, respeitando a legislação e garantindo a preservação do meio ambiente.

O grupo de 12 jornalistas está no Brasil a convite da German Marshall Fund, dos Estados Unidos, instituição de política públicas, fundada dentro das diretrizes do Plano Marshall do pós-guerra, com o objetivo de promover a cooperação e o entendimento entre os Estados Unidos e Europa. A maioria dos jornalistas é de veículos de comunicação dos Estados Unidos, entre eles The Washigton Post, La Times, Dallas Morning News, Atlanta Journal, outros da França, do jornal Le Mond Economie; de Portugal, Publico; e da Alemanha, Frankfurter Allegmeine Zeitung.

“Sou contra o subsídio para grandes produtores, sou absolutamente contra no Brasil ou em outros países”, afirmou o governador. Maggi defendeu a existência de uma política de subsídios para os pequenos produtores rurais, para que eles tenham condições de competir numa economia de escala, no mercado internacional. “Defendo o subsídio para o pequeno produtor rural. Mesmo aqueles que recebem terras da Reforma Agrária, para produzir arroz, soja, para ter condições de comercializar seus produtos frente a países da comunidade européia, dentro de um mercado globalizado com preços competitivos, precisam de subsídios”, destacou o governador, ressaltando que é essa a discussão que tem que ser feita no Brasil.

Em Mato Grosso existem 200 mil pequenos produtores rurais. O governador explicou aos jornalistas que devido à localização geográfica do Estado (distante das rotas para saída de produtos pelos oceanos Pacíficos ou Atlântico), os custos com transportes e os investimentos que também devem ser feitos para correção do solo, que não possui nutrientes suficientes para uma produção com qualidade, são altos. “Nesse modelo de agricultura, a pequena propriedade não tem viabilidade econômica, só consegue produzir quem têm renda, dentro dessa economia de escala, para produtos como soja, milho e algodão”, explicou.

Segundo Maggi, as alternativas para desenvolvimento das pequenas propriedades no Brasil são mais favoráveis para aquelas localizadas perto de grandes centros urbanos, se dedicando a produção hortifrutigranjeiros. “Agora para poder se envolver na grande produção, só com subsídio”, disse. O governador esclareceu aos jornalistas que as áreas no Estado onde hoje se desenvolve agricultura empresarial, antes não eram ocupadas. “Não houve em Mato Grosso a retirada de colonos ou desocupação de áreas para as grandes agropecuárias”, informou.

Quanto à questão da regularização fundiária, na avaliação do governador existe no Brasil um problema de duplicidade. “Parte é de competência do Governo do Estado e a outra do Governo Federal. A 100 km de uma rodovia federal, por exemplo, só podem ser tituladas pelo governo federal, a partir daí o restante é de competência dos governos dos Estados”, disse. Ele informou que em Mato Grosso, aquilo que é de responsabilidade do Estado está sendo feita, tanto na zona rural, quanto na urbana, por meio do Projeto de Regularização Fundiária Urbana “Tequenfim”.

MEIO AMBIENTE – Mesmo usando apenas 8% do seu território, que é de 906.806 km², para agricultura, Mato Grosso se destaca no cenário nacional como maior produtor de soja e algodão, e grande produtor de milho, arroz, açúcar e álcool. Também tem o maior rebanho bovino do país e se desponta na criação de aves e suínos. “A legislação brasileira permite que sejam ocupados 65% do Cerrado e 20% da zona de floresta. Em Mato Grosso podemos usar até 40% do território para o desenvolvimento de atividade econômica”, informou Maggi, ressaltando que, portanto, a área de preservação do território mato-grossense é de 60%.

No Brasil, a área da Amazônia Legal compreende 61% do território nacional, deste percentual 14,7% pode ser destinada a agricultura, sendo que atualmente as atividades agrícolas na região corresponde a 2%. Estimativas apontam que em 2015 o Brasil esteja produzindo cerca de 230 milhões de toneladas de grãos e fibra sem a ocupação da floresta Amazônica. “Não passa pela cabeça do governo federal, governos estaduais ou produtores de ocupar a Amazônia para produção de grãos”, afirmou Maggi.

O governador apresentou dados aos jornalistas que comprovam que o desenvolvimento econômico no país, alavancado pelo agronegócio que é responsável por 40% do Produto Interno Bruto (PIB), tem sido acompanhado pelo crescimento na área social. De 1992 a 2002, o Brasil registrou o índice de 19,4% de diminuição da pobreza, já Mato Grosso, no mesmo período, reduziu em 38%, segundo levantamento do Instituto de Estudo do Trabalho e Sociedade (IETS).

Acompanharam a entrevista os secretários de Estado: José Carlos Dias (Comunicação Social), Cloves Vetoratto (Projetos Estratégicos), Joaquim Sucena (Casa Civil), presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, diretor executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Décio Coutinho.





Fonte: Secom - MT

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