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UFRJ planeja cota para aluno de escola pública
Rio - Como ainda não há consenso sobre a implantação do sistema de cotas para negros, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estuda uma proposta inédita: oferecer 5% das vagas dos seus 139 cursos de graduação para os melhores alunos das escolas públicas estaduais, sem necessidade do vestibular.
Se aprovada pelos órgãos colegiados da universidade, a medida entraria em vigor no início de 2006.
O reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, explicou que o projeto-piloto ainda está em fase de estudo e que uma comissão de trabalho foi criada para analisar o tema e definir como os estudantes seriam escolhidos.
"Talvez a avaliação deles comece assim que entrar no último ano", apostou o reitor. Haverá uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação, que já enviou à UFRJ a lista de 50 escolas estaduais de onde sairiam os alunos.
"Não queremos provas, mas sim trabalhar com os professores da rede estadual para apontar melhorias. A gente está fazendo um programa para uma rede que tem situações adversas, como falta de material e profissionais", disse Teixeira.
Apoio
Segundo ele, a universidade pode colaborar para o aperfeiçoamento dessas instituições oferecendo seus laboratórios, bibliotecas, material didático e até cursos de atualização para os professores dos ensinos médio e fundamental.
Para seguir adiante, a idéia precisa passar pelo Conselho de Ensino de Graduação e pelo Conselho Universitário. Segundo o reitor, além das cerca de 6 mil vagas oferecidas no vestibular, mais 300 se destinariam aos estudantes das escolas públicas.
Teixeira acredita que se o projeto der certo, no futuro, mais vagas podem ser abertas seguindo esse modelo.
O reitor informou ainda que as 50 instituições de ensino terão suas grades curriculares avaliadas. "Queremos boas escolas. Não basta o aluno entrar para a universidade, tem que ter condições de cursar."
Ele propõe que o Estado ofereça bolsas aos contemplados com o programa para que sigam na universidade.
Estímulo
A idéia da UFRJ foi bem recebida pela pesquisadora na área de educação Dolores Kappel. "É uma proposta interessante porque vai estimular o aluno da escola pública a se empenhar mais. Ele não entraria por cota, cor, classe social, mas sim por desempenho próprio", disse.
Defensora da melhoria do ensino infantil, ela acredita que a rede pública também ganhe com o projeto.
"A classe média pode até voltar a procurar as escolas públicas. Seria um resgate delas."
Mas Dolores alerta que é preciso uma avaliação e acompanhamento das instituições de ensino estaduais para que "não se criem outros problemas", como proteção a alunos. "Temos que evitar esses mecanismos", afirmou.
No Estado do Rio, só a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) adotam o sistema de cotas.
Por ele, 20% das vagas são reservadas a negros, outras 20% para os alunos oriundos da rede pública e 5% para pessoas portadoras de deficiência física e minorias étnicas.
Se aprovada pelos órgãos colegiados da universidade, a medida entraria em vigor no início de 2006.
O reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, explicou que o projeto-piloto ainda está em fase de estudo e que uma comissão de trabalho foi criada para analisar o tema e definir como os estudantes seriam escolhidos.
"Talvez a avaliação deles comece assim que entrar no último ano", apostou o reitor. Haverá uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação, que já enviou à UFRJ a lista de 50 escolas estaduais de onde sairiam os alunos.
"Não queremos provas, mas sim trabalhar com os professores da rede estadual para apontar melhorias. A gente está fazendo um programa para uma rede que tem situações adversas, como falta de material e profissionais", disse Teixeira.
Apoio
Segundo ele, a universidade pode colaborar para o aperfeiçoamento dessas instituições oferecendo seus laboratórios, bibliotecas, material didático e até cursos de atualização para os professores dos ensinos médio e fundamental.
Para seguir adiante, a idéia precisa passar pelo Conselho de Ensino de Graduação e pelo Conselho Universitário. Segundo o reitor, além das cerca de 6 mil vagas oferecidas no vestibular, mais 300 se destinariam aos estudantes das escolas públicas.
Teixeira acredita que se o projeto der certo, no futuro, mais vagas podem ser abertas seguindo esse modelo.
O reitor informou ainda que as 50 instituições de ensino terão suas grades curriculares avaliadas. "Queremos boas escolas. Não basta o aluno entrar para a universidade, tem que ter condições de cursar."
Ele propõe que o Estado ofereça bolsas aos contemplados com o programa para que sigam na universidade.
Estímulo
A idéia da UFRJ foi bem recebida pela pesquisadora na área de educação Dolores Kappel. "É uma proposta interessante porque vai estimular o aluno da escola pública a se empenhar mais. Ele não entraria por cota, cor, classe social, mas sim por desempenho próprio", disse.
Defensora da melhoria do ensino infantil, ela acredita que a rede pública também ganhe com o projeto.
"A classe média pode até voltar a procurar as escolas públicas. Seria um resgate delas."
Mas Dolores alerta que é preciso uma avaliação e acompanhamento das instituições de ensino estaduais para que "não se criem outros problemas", como proteção a alunos. "Temos que evitar esses mecanismos", afirmou.
No Estado do Rio, só a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) adotam o sistema de cotas.
Por ele, 20% das vagas são reservadas a negros, outras 20% para os alunos oriundos da rede pública e 5% para pessoas portadoras de deficiência física e minorias étnicas.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/341761/visualizar/
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