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Nacional
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 02:41
Por: Leonencio Nossa

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Brasília - Representantes de jornais, revistas e televisões defenderam nesta terça-feira uma ação conjunta do setor de comunicação para evitar propostas de controle e intervenção do governo. Na abertura do 6º Encontro Brasileiro de Agências de Publicidade, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Nelson Sirotsky, propôs um mutirão para derrubar cerca de 200 projetos de lei em tramitação no Congresso que representariam uma ameaça às liberdades de expressão e de comércio. Ele afirmou que a auto-regulamentação dos meios de comunicação é o único caminho sustentável para as empresas numa época "complexa". "Nosso setor não precisa de mais leis", disse. "As forças do mercado devem fazer a regulamentação. Entendo que a nossa capacidade de sobreviver está ligada a nossa capacidade de auto-regulamentação".

Sirotsky citou como caso "preocupante" a recente aprovação na Venezuela de uma lei que criminaliza o ato de criticar o governo de Hugo Chávez.

Já o diretor da Rede Globo Octávio Floresbal citou como propostas de intervenção no conteúdo das empresas jornalísticas e de entretenimento os projetos de criação da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav), do Conselho Federal de Jornalismo e de classificação de filmes e programas de televisão. "Devemos ter uma auto-regulamentação e trabalhar de forma coesa para evitar qualquer intervenção", disse. "Há uma série de iniciativas (do governo) para atuar em nossos conteúdos."

Por sua vez, o presidente dos Diários Associados, Álvaro Costa, disse que o setor não precisa de nenhuma "cartilha" para dizer o que deve ou não falar. "A situação está se tornando dramática se não fosse cômica", afirmou. "É preciso que este País comece a tomar medidas vigorosas e de independência."

Durante o encontro, o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, falou sobre a importância de uma "multiplicidade" de meios de comunicação para garantir a democracia. Ao comentar a importância do mercado publicitário, Civita disse que as agências de publicidade não contribuem apenas para a "saúde" financeira e prosperidade dos donos dos veículos jornalísticos, mas para a democracia ao apostar nos serviços de informação.

Na avaliação de Civita, é "fundamental" que os veículos diferenciem o conteúdo editorial e o publicitário. "Leitores e telespectadores precisam confiar nos veículos, isso é parte da equação", disse. Ao analisar a crise financeira das empresas jornalísticas a partir da década de 90, o presidente do Grupo Abril afirmou que o endividamento delas ocorreu especialmente por projeções erradas do tamanho do mercado, pelas altas taxas de juros e pela "grande" desvalorização do Real. Ele avaliou que as empresas, no entanto, não se fragilizaram ao apostar em novas tecnologias e máquinas.




Fonte: Agência Estado

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