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Internacional
Terça - 03 de Maio de 2005 às 23:59

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O primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, disse nesta terça-feira que os contatos com os seqüestradores da jornalista Florence Aubenas e seu guia iraquiano Houssein Hanoun, detidos há quatro meses no Iraque, "são estáveis", apesar de interrompidos "com alguns longos períodos de silêncio".

"Todos os serviços do Estado estão mobilizados. Atualemente, mais de 100 pessoas trabalham para a libertação de Florence e Hussein", disse Raffarin na Assembléia Nacional (Câmara dos Deputados).

Trata-se de "contatos estáveis, mas descontínuos, longos, interrompidos por longos períodos de silêncio, mas sempre restablecidos", explicou Raffarin, que referiu-se a "um diálogo difícil numa situação particularmente perigosa".

"Mas quero acreditar que há esperança enquanto esse diálogo for estabelecido", acrescentou, ao assegurar que "os serviços do Estado farão de tudo para obter a libertação" dos dois seqüestrados.

Posteriormente, em reunião com responsáveis de jornais, Raffarin disse que o governo tem "excelentes razões para pensar" que Aubenas está viva, embora não tenha provas de vida, disse o diretor do jornal Libération, Serge July.

O governo francês também não tem informação sobre o guia iraquiano de Aubenas, Hussein Hanoun, acrescentou o diretor do Libération, para o qual a jornalista trabalhava como enviada especial no Iraque quando desapareceu junto a seu guia em Bagdá, no último dia 5 de janeiro.

Raffarin disse que há divisões entre os seqüestradores, que não sabe sua identidade e motivos, e que o período de cativeiro pode se prolongar.

Segundo July, a hipótese inicial do "caráter mafioso" do seqüestro se mantém "forte", mas não se exclui que possa surgir "uma reivindicação política" em algum momento.

Por sua vez, a mãe de Aubenas, Jacqueline, se mostrou convencida que "Florence está viva em algum lugar" e "protegida" pelas "enormes mostras de solidariedade" e de "apoio internacional".

As informações sobre os seqüestrados são "confusas e opacas", acrescentou, embora a mãe da jornalista tenha se mostrado convencida que o governo francês trabalha de forma discreta para "proteger a Florence e Hussein".

O presidente francês, Jacques Chirac, não quis dar informação porque "quanto menos for falado, melhor para todo mundo".

Mas ele rendeu um "tributo especial" às famílias dos reféns e a seus colegas, cujo comportamento foi "exemplar": em um terreno "tão delicado", disse, o comportamento das famílias e os colegas é "absolutamente determinante".

As declarações de Raffarin coincidem com a publicação de uma pesquisa pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), segundo a qual 57% dos franceses acham que seu governo não está fazendo o suficiente para conseguir a libertação de Aubenas e Hanoun.

Um total de 29% acha que o Executivo francês faz "justamente o necessário" para a libertação dos reféns, enquanto 3% pensam que muito está sendo feito. O documento foi divulgado por causa do dia internacional da liberdade de imprensa.

A duração do seqüestro de Aubenas e Hanoun está a seis dias de igualar o dos jornalistas franceses Georges Malbrunot e Christian Chesnot, que permaneceram 124 dias em poder do Exército Islâmico do Iraque antes de serem libertados, em dezembro.





Fonte: EFE

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